Jorge Bergoglio desembarcou na capital Ulan Bator nesta sexta-feira, dando início à primeira passagem de um pontífice por uma das nações com menor percentual de católicos no mundo.
Por Redação, com ANSA - de Pequim/Ulan Bator
A China proibiu bispos católicos de viajarem à Mongólia para acompanhar a inédita visita do papa Francisco ao país, com exceção de prelados de Hong Kong e Macau, onde a Igreja atua com mais liberdade.
Jorge Bergoglio desembarcou na capital Ulan Bator nesta sexta-feira, dando início à primeira passagem de um pontífice por uma das nações com menor percentual de católicos no mundo.
Segundo a revista America, publicada por jesuítas dos Estados Unidos, o Partido Comunista Chinês não permitiu que nenhum bispo ou outro prelado católico fosse à Mongólia, embora o país tenha autorizado o avião papal a sobrevoar seu espaço aéreo nos trajetos de ida e volta.
Durante a viagem, ainda na aeronave, o Papa enviou um telegrama ao presidente da China, Xi Jinping, no qual assegura "orações pelo bem-estar da nação" e invoca "as bênçãos divinas da união e da paz".
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores de Pequim disse querer "reforçar a confiança recíproca" com o Vaticano.
A informação da revista America se baseia em fontes da Santa Sé que não foram autorizadas a falar abertamente sobre o assunto. "Considerando as boas relações entre Mongólia e China, a ordem (de proibição) parece refletir não apenas o difícil estado das relações sino-vaticanas, mas também o medo do Partido Comunista Chinês em relação à religião em geral e ao cristianismo", diz a publicação dos jesuítas americanos.
China incomodou o Vaticano
Em abril passado, a China incomodou o Vaticano ao nomear um bispo católico à revelia do Papa, violando um acordo bilateral assinado em 2018 e renovado no ano passado até 2024.
Os termos exatos do pacto permanecem em sigilo, mas sabe-se que ele permitiu ao Vaticano recuperar papel ativo na nomeação de bispos chineses.
Os dois países romperam relações diplomáticas formais em 1951, quando a Santa Sé reconheceu a independência da ilha de Taiwan, que ainda é vista por Pequim como uma "província rebelde".
Durante décadas, católicos chineses viveram divididos entre uma conferência de bispos escolhida pelo Partido Comunista e um braço da Igreja Apostólica Romana que atuava na clandestinidade.