No agronegócio, questão mais sensível ao empresariado brasileiro, o acordo reduz a especulação de que os chineses passariam a comprar mais soja dos EUA do que a brasileira.
Por Redação - de Pequim e São Paulo
A China e os Estados Unidos fizeram “novo progresso” na última rodada de negociações, informou neste sábado o canal estatal de televisão chinês CCTV. Os dois lados discutiram uma proposta de acordo envolvendo questões que incluem transferência de tecnologia, proteção a direitos intelectuais, serviços, agricultura e balanço de comércio bilateral, além de um sistema de implementação, e vão continuar discutindo sobre questões remanescentes, informou a CCTV.
O volume de soja vendido à China tende a aumentar ao longo dos próximos anos, segundo analistas
No agronegócio, questão mais sensível ao empresariado brasileiro, o acordo reduz a especulação de que os chineses passariam a comprar mais soja dos EUA do que a brasileira. Levantamento da empresa de consultoria Agrinvest Commodities mostra que o Brasil já tem 14,66 milhões de toneladas comprometidas (embarcadas + nomeadas) no acumulado do ano, contra 12,8 milhões do mesmo período de 2018.
— O fluxo continua forte no Brasil, e o ritmo está mais acelerado do que no ano passado — explica o analista de mercado da consultoria. Embora os chineses passem a comprar mais produtos agrícolas dos EUA, eles mantêm ou aumentam o volume adquirido no Brasil.
Demanda
A soja brasileira continua mais competitiva no mercado internacional e, portanto, atrai os compradores da China, os quais ainda têm de enfrentar a tarifação de 25% caso optem pelo produto dos Estados Unidos.
— E além dos prêmios, a soja brasileira ainda tem um prêmio de qualidade de 20 cents de dólar por bushel sobre Chicago — acrescentou Araújo, em entrevista a jornalistas.
Na opinião de Michael Cordonnier, especialista estrangeiro reconhecido na análise do agronegócio na América do Sul, afirma que "a demanda forte pela soja do Brasil continua a estimular os prêmios e os preços no interior do país", citando a análise de Carlos Cogo, diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio.