Nos últimos anos, EUA, Europa e outros países, restringiram os negócios de Huawei e ZTE em diversas frentes, da venda de gadgets para o consumidor final à participação em infra das redes móveis, e agora o Canadá engrossa a lista, tendo banido ambas companhias.
Por Redação, com Meio Bit - de OttawaAs companhias chinesas Huawei e a ZTE já foram as maiores fabricantes de celulares Android e forças reconhecidas no setor de infraestrutura móvel, consideradas cruciais para a implementação e das redes 5G, mas isso foi antes de o governo dos Estados Unidos impor sanções pesadas a ambas, por laços próximos ao governo da China e países-membros do chamado "Eixo do Mal", como Irã e Coreia do Norte.
Nos últimos anos, EUA, Europa e outros países, restringiram os negócios de Huawei e ZTE em diversas frentes, da venda de gadgets para o consumidor final à participação em infra das redes móveis, e agora o Canadá engrossa a lista, tendo banido ambas companhias de participarem dos planos de expansão do 5G no país.
O imblóglio da Huawei tomou proporções grandiosas em 2019, quando o governo dos EUA acusou a empresa de coletar dados de usuários e companhias locais através de seus aparelhos e equipamentos de infraestrutura, uma denúncia bastante antiga e que nunca foi provada.
Isso não impediu a emissão de uma ordem de emergência nacional, em vigor até hoje, que proíbe a Huawei de fazer negócios com quaisquer empresas norte-americanas, o que inclui até mesmo o Google, no que seus celulares perderam acesso à versão original do Android. Como consequência a divisão mobile da gigante chinesa, que era a maior fabricante de smartphones, implodiu.
Sanções impostas ao Irã
O caso da ZTE foi ainda mais cabeludo: a companhia foi pega furando as sanções impostas ao Irã e Melhor Coreia, países com os quais os aliados dos EUA não podem fazer negócios, ao vender para eles componentes e serviços. Originalmente ela ficaria impedida de fazer negócios com os americanos por "apenas" sete anos, mas depois do rolo com a Huawei, ambas estão na mesma situação de personas non gratas, no que as restrições a ambas podem ser estendidas indefinidamente.
O Departamento de Defesa dos EUA elaborou um plano chamado Clean Network, Rede Limpa, que proíbe o uso de equipamentos chineses em torres 5G, que o Brasil cogitou aderir, mas no fim das contas, como aqui é várzea, os leilões recentes não impediram a Huawei de participar.
O motivo é simples, a companhia chinesa já responde por cerca de 50% de toda a infra de redes móveis do país, e a totalidade das operadoras declararam ser impossível se livrar da Huawei, sem isso afetar as capacidades gerais de conectividade da nação (e seus negócios, claro).
Lá fora, não há previsão que quando, ou se, as sanções contra a Huawei, que se vira cobrando pelo uso de patentes, e da ZTE, serão removidas e ambas possam voltar a operar, se não normalmente, ao menos em um regime menos restrito, principalmente em telecomunicações. Na prática a tendência é que cada vez mais países acabem por impedir que ambas ofereçam equipamentos e serviços paraa expansão das redes 5G, o que nos traz ao caso do Canadá.
Canadá, Reino Unido, Austrália e a Nova Zelândia, formam com os EUA um acordo de inteligência chamado Five Eyes, Cinco Olhos, desenvolvido durante a Guerra Fria como uma ferramenta de monitoramento da URSS e demais países comunistas. Com o passar dos anos, ela evoluiu para uma rede de compartilhamento de informações, desta vez voltada a interferência de companhias externas ao bloco, especialmente as de telecomunicações ligadas à China.
Que a China é um dos maiores clientes da Nova Zelândia é um mero detalhe, mas voltando...
Termos da aliança
Tendo em vista os termos da aliança Five Eyes, e de modo a não entrar em conflitos principalmente com os EUA e o Reino Unido, era de se esperar que a Huawei e a ZTE seriam inevitavelmente impedidas de operar nas redes 5G do país, o que foi confirmado na última sexta-feira. As empresas locais ficam proibidas de comprar novos equipamentos de ambas empresas, e terão alguns anos para se livrar dos que já usam, trocando-os por hardware e serviços de companhias devidamente sancionadas.
Oficialmente, a China nega todas as acusações feitas pelos EUA, no que tange à Huawei e à ZTE, e afirma que o ocidente "interpretou à revelia" as leis do país, sobre quais categorias de dados as empresas locais são obrigadas a repassar ao governo. Não obstante, vale lembrar que Washington não é tão diferente de Pequim em certos aspectos.
No geral, os procedimentos nos cinco países para remover toda a presença de ambas companhias vai levar anos e custar bilhões de dólares; o Reino Unido espera se livrar da infra da Huawei e da ZTE até 2027, mesmo ano em que todas as operadoras do Canadá terão para trocar toda a estrutura das redes 4G. No caso do 5G, o prazo acaba em 28 de junho de 2024.