O Dia D de mobilização nacional será realizado no sábado, 19 de outbro, em todo o país.
Por Redação, com ACS - de Brasília
O ministério da Saúde anunciou, na quarta-feira, a próxima Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo. A primeira fase, de 7 a 25/10, será voltada para a vacinação de bebês de seis meses a crianças de cinco anos. O Dia D de mobilização nacional será realizado no sábado, 19 de outbro, em todo o país.
Já a segunda fase vai focar nos jovens de 20 a 29 anos e será realizada de 18 a 30/11. O Dia D está marcado para 30 de novembro e será optativa a participação dos municípios.
O ministério trabalha para controlar o surto no país e também para eliminar, mais uma vez, o sarampo do Brasil.
– Não queremos apenas interromper a circulação do vírus. Mas também vamos recuperar a nossa certificação de eliminação do vírus – afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber.
Uma cidade é considerada livre do surto após 90 dias sem circulação de novos casos. E livre da doença após um ano sem novas manifestações. Os Estados de Sergipe e Bahia estão próximos de sair da lista de estado em surto por já estarem próximos de completar três meses sem circulação.
Balanço
De acordo com o último boletim, divulgado na quarta-feira pelo Ministério da Saúde, que abrange o período de 30 junho a 21 deste mês, o Brasil possui 4.507 casos de sarampo confirmados em 19 estados nos últimos 90 dias, o que representa um aumento de 13% em relação ao levantamento anterior.
A incidência é maior em crianças menores de um ano, por isso o governo intensificou a imunização com a dose zero. Ceará e Paraíba passaram a integrar a lista de estados com transmissão ativa, mas 97,5% estão concentrados em São Paulo. “Com exceção de um caso na Bahia, todos os casos estão relacionados com o surto em São Paulo”, explicou o secretário Wanderson Kleber. “Não estamos falando de queda, mas de estabilização. Não está tendo progressão da doença. Então, a estratégia está correta”, afirmou o secretário.
Ações
Para ampliar a vacinação em todo país, o Ministério da Saúde adquiriu 114% a mais de doses da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, para 2019 e 2020 em relação a 2018, passando de 30,6 milhões para 60,2 milhões e 65,4 milhões de doses, respectivamente. É a maior distribuição de tríplice viral feita pelo Brasil nos últimos dez anos.
De acordo com o ministro da Saúde interino, João Gabbardo, além da vacinação, várias ações foram realizadas para enfrentar o aumento no número de casos do sarampo. Além da prevenção, o governo está investindo em três frentes: investigação, laboratórios e comunicação.
O ministro interino ressaltou o monitoramento da água que é fornecida em todo país; a criação do Departamento de Vigilância em Emergência de Saúde Pública do Ministério da Saúde; as ações do Ministério na região de Brumadinho (MG) após o desastre da barragem em janeiro; o acompanhamento dos estados para ampliar a capacidade de detecção; e a Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar para o monitoramento de casos registrados.
Também foram feitas vacinações em locais estratégicos, como escolas, universidades e áreas com grande concentração de pessoas, a exemplo de portos e aeroportos. O governo também ampliou o monitoramento.
SP registra mais duas mortes
Mais duas mortes por sarampo foram confirmadas na quarta-feira na capital paulista, de acordo com a Secretaria de Saúde de São Paulo. As vítimas são uma mulher de 31 anos sem histórico de vacinação e um bebê do sexo masculino de 26 dias.
Até o momento, foram confirmadas cinco mortes provocadas doença no estado. No final de agosto, foram confirmadas três vítimas: um homem de 42 anos, da capital, sem histórico de imunização contra a doença, e dois bebês, uma menina de 4 meses, de Osasco, e um garoto de 9 meses, também da cidade de São Paulo.
O Centro de Vigilância Epidemiológica estadual monitora a circulação do vírus. Este ano, até o momento, 5.139 casos foram confirmados em São Paulo, sendo que, desses, 56,3% se concentram na capital, onde foram contabilizados 2.897 casos.
Segundo a secretaria, o Programa Estadual de Imunização prevê que crianças e adultos com idade entre 1 ano e 29 anos recebam duas doses da vacina contra o sarampo. Acima dessa faixa etária, até 59 anos, é preciso receber uma dose. Não há indicação para pessoas com mais de 60 anos porque considera-se que esse público potencialmente teve contato com o vírus no passado.
A recomendação para mães de crianças com idade inferior a 6 meses é evitar exposição a aglomerações, manter a higienização adequada e a ventilação de ambientes e que procurem imediatamente um serviço de saúde diante de qualquer sintoma da doença, como manchas vermelhas pelo corpo, febre, coriza, conjuntivite e manchas brancas na mucosa bucal.