As informações foram confirmadas pelo major-general Oleg Yegorov, vice-chefe do Centro Russo de Reconciliação para a Síria. Segundo ele, o bombardeio de Israel mirou alvos na cidade de Damasco.
Por Redação, com Reuters - de Damasco
Dois caças F-16 da Força Aérea de Israel dispararam oito mísseis de cruzeiro contra alvos em Damasco, na Síria.
As defesas aéreas sírias derrubaram quatro deles.
As informações foram confirmadas pelo major-general Oleg Yegorov, vice-chefe do Centro Russo de Reconciliação para a Síria. Segundo ele, o bombardeio de Israel mirou alvos na cidade de Damasco.
Ele acrescentou que o sistema de defesa aérea sírio destruiu quatro mísseis israelenses e que dois soldados sírios teriam ficado feridos.
Na terça-feira, o vice-representante da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), Dmitry Polyanskiy, afirmou que seu país considera "inaceitável que a ONU ignore os apelos da Síria sobre os repetidos ataques israelenses em suas terras".
– Ataques israelenses que violam o espaço aéreo da Síria e dos países árabes vizinhos são considerados fatores desestabilizadores adicionais na Síria, onde ataques estão sendo realizados contra alvos civis – disse.
O diplomata russo acrescentou que Moscou considera "inaceitável" deixar essas mensagens "sem uma resposta adequada".
Síria
A Síria também renovou seu apelo pelo estabelecimento de uma nova ordem internacional que respeite a Carta das Nações Unidas e ponha fim às práticas de ocupação israelenses. As informações foram confirmadas pela agência estatal síria SANA.
"Infelizmente, a falta de lealdade dos países ocidentais aos princípios e propósitos da Carta, sua política de agressão, colonialismo e duplo padrão e sua pilhagem da riqueza dos países em desenvolvimento levaram à remoção das Nações Unidas de seu papel natural", afirmou o governo sírio na ONU.
Os F-16 israelenses lançaram uma série de ataques com mísseis na Síria entre o fim de agosto e setembro. No período, os bombardeios de Israel atingiram aeroportos sírios duas vezes em uma mesma semana.
Milhares tomam as ruas e choram por palestinos mortos
Seis palestinos, incluindo três combatentes de um grupo de resistência armada, foram mortos nas últimas 24 horas em uma série de ataques das forças de Israel a Nablus, na Cisjordânia.
Na terça-feira, milhares de pessoas participaram de um cortejo fúnebre em homenagem aos palestinos mortos pelas forças israelenses durante os ataques das Forças de Defesa de Israel (FDI) na região de Nablus.
As autoridades de segurança de Israel iniciaram, nos últimos dias, uma perseguição contra homens que teriam atacado um posto de segurança. Em meio às buscas, confrontos entre palestinos e israelenses eclodiram em diferentes localidades de Nablus.
Moradores e jornalistas confirmaram à Al Jazeera que dois dos homens assassinados eram barbeiros desarmados que voltavam do trabalho para casa.
Os outros três homens pertenciam ao grupo de resistência armada Lions' Den, considerado terrorista pelas autoridades do Estado judeu. Um sexto homem, de 19 anos, foi morto na manhã de terça-feira em confrontos que se seguiram com o Exército israelense.
Além do cortejo fúnebre, milhões de palestinos em toda a Cisjordânia fizeram uma greve geral. Escolas e lojas fecharam mais cedo em todas as cidades.
Nablus e Jenin, na Cisjordânia, foram alvo de ataques quase diários, prisões e assassinatos por forças israelenses devido à crescente organização de pequenos grupos de resistência armada nas duas cidades.
As forças especiais israelenses usaram dezenas de veículos blindados em Nablus. Os combates entre as FDI e os combatentes da resistência palestina ocorreram ao longo das madrugadas dos últimos dias.
Na terça-feira, pouco antes do cortejo fúnebre, centenas de jovens saíram às ruas, muitos deles atirando pedras contra as forças israelenses.
Pelo menos 21 palestinos ficaram feridos nos confrontos dos últimos dias, incluindo quatro em estado crítico. Forças israelenses atacaram prédios com mísseis disparados por drones, segundo moradores.
Com a confusão na região, o Exército israelense colocou a província de Nablus sob cerco nas últimas duas semanas, impondo pesadas restrições ao movimento de cerca de 420 mil palestinos.
O cerco foi imposto enquanto as forças israelenses procuravam suspeitos de um tiroteio no último dia 9, no qual um soldado brasileiro com cidadania israelense foi morto perto do assentamento de Shavei Shomron, a noroeste de Nablus.
As tensões na Cisjordânia aumentaram particularmente nos últimos meses, com crescentes tiroteios sobre postos de controle militares israelenses e soldados. Só no mês passado, três soldados israelenses foram mortos em ataques separados.
De acordo com o Ministério da Saúde palestino, as forças israelenses mataram 184 palestinos desde o início do ano, incluindo 132 pessoas em Jerusalém Oriental e Cisjordânia ocupada e 51 na Faixa de Gaza sitiada. Entre os mortos há 41 crianças, 17 das quais foram mortas durante um ataque de três dias de Israel a Gaza em agosto.