Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Brasil perde nos pênaltis para a Croácia e está fora da Copa do Qatar

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Sexta, 09 de Dezembro de 2022 às 12:15, por: CdB

Neymar abriu o placar na prorrogação, mas seleção sofreu empate e depois foi eliminada nas penalidades. Os croatas passam para a semifinal e agora aguardam por Holanda ou Argentina.

Por Redação, com DW - de Doha

O Brasil está fora da Copa do Mundo do Qatar. Em um jogo muito sofrido, difícil, de muita marcação e de boa atuação da Croácia, a seleção fez 1 a 0 com gol de Neymar aos 15 minutos do primeiro tempo da prorrogação, depois de empatar sem gols no tempo normal, em embate disputado no Estádio Cidade da Educação, em Doha, na noite desta sexta-feira.

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O Brasil está fora da Copa do Mundo do Qata

Aos 11 minutos da etapa final do tempo extra, no entanto, o Brasil sofreu o empate e depois perdeu nos pênaltis por 4 a 2.

Os croatas passaram para a semifinal e agora aguardam pelo vencedor de Holanda e Argentina, que se enfrentam a partir das 16h (horário de Brasília).

Não era um adversário qualquer. Apesar de o time não ter a mesma potência de 2018, quando foi vice-campeã na Copa da Rússia ao perder a final para a França, a seleção croata tinha na experiência e na técnica de nomes como Modric e Perisic um toque refinado e inteligente nas jogadas ofensivas.

Essa foi a terceira vez que Brasil e Croácia se enfrentaram em Copas do Mundo. Nas outras duas oportunidades, a equipe brasileira havia vencido: em 2006, por 1 a 0, gol de Kaká, no Estádio Olímpico de Berlim, e em 2014, na estreia da seleção no Mundial disputado no Brasil, vitória por 3 a 1 com dois gols de Neymar e um de Oscar, em São Paulo.

Nesta Copa, a Croácia havia finalizado em segundo lugar no Grupo F, vencido de forma surpreendente pelo Marrocos. Com cinco pontos, o time croata empatou sem gols com Bélgica e Marrocos e goleou o Canadá por 4 a 1. Nas oitavas, passou nos pênaltis pelo Japão após empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação.

O jogo: primeiro tempo

A partida começou com a Croácia ensaiando uma pressão à saída de bola brasileira, adiantando os jogadores e tentando recuperar a bola no campo de ataque, na defesa do Brasil. O primeiro chute, porém, foi brasileiro. Aos quatro minutos, Vinícius Júnior arriscou de fora da área, e o goleiro Livakovic segurou firme.

A Croácia assustou aos 12 minutos. Em uma jogada pela direita, o cruzamento para a área chegou para Perisic, que, sem precisão, chutou para fora.

O Brasil voltou a atacar com força aos 19 e aos 20 minutos. Primeiro, Vinicíus Júnior tabelou com Richarlison, que fez o pivô e escorou para o atacante bater, mas a bola foi travada pela zaga. Na sequência, Neymar entrou a dribles na área e concluiu para firme defesa do goleiro croata.

A partir dos 30 minutos, a Croácia passou a controlar as ações no meio-campo, com trocas de passes intensas e precisas, o que dificultou muito a recuperação da posse de bola e, consequentemente, a construção de jogadas ofensivas por parte do time brasileiro.

Com os croatas formando uma linha com cinco jogadores no meio, o Brasil só voltou a assustar o adversário em uma jogada individual de Neymar aos 40 minutos. Ele foi derrubado, Vinícius Júnior ficou com a sobra e também sofreu falta. Neymar cobrou, mas o Livakovic fez firme defesa.

E o primeiro tempo terminou sem gols, com a Croácia controlando muito bem as ações no meio de campo e, por consequência, o ímpeto ofensivo brasileiro.

Segundo tempo

Mais ligado, o Brasil foi para o ataque e criou as primeiras chances logo aos dois minutos. Raphinha cruzou e Richarlison concluiu, mas foi travado. Na sequência, Vinícius Júnior tabelou com Neymar, que concluiu, mas foi travado pelos zagueiros. Nesta jogada, os brasileiros pediram um toque de mão, que seria pênalti, não confirmado pela arbitragem.

Aos nove minutos, Richarlison fez a parede, virou e tocou para Neymar, que, dentro da área, concluiu de perna esquerda para ótima defesa de Livakovic.

Devido às dificuldades de criação, Tite fez duas alterações no time brasileiro. Raphinha deu lugar a Antony aos 10 minutos do segundo tempo, e Rodrygo entrou na vaga de Vinícius Júnior aos 19.

Aos 20 minutos, mais uma grande defesa de Livakovic: Rodrygo lançou Paquetá dentro da área, que bateu no gol, e o goleiro croata tirou para escanteio.

A Croácia seguiu tocando a bola e segurando a posse no meio, tentando achar brechas na defesa brasileira, mas sem assustar Alisson.

Aos 30 minutos, uma boa jogada brasileira, com Richarlison fazendo o pivô e passando para Neymar. Dentro da área, ele bateu para outra boa defesa de Livakovic. Quatro minutos depois, o Brasil chegou de novo após investida de Antony pela direita, que cruzou para Rodrygo escorar para Paquetá. O goleiro croata defendeu  novamente.

O Brasil pressionou e construiu nova chance ofensiva aos 40 minutos, com Militão chutando forte, mas desviado, para escanteio. No tempo normal, no entanto, nem a seleção brasileira nem os croatas conseguiram marcar. E o jogo foi para a prorrogação.

Prorrogação

Logo no primeiro ataque do tempo extra, o Brasil chegou depois de um lançamento de Marquinhos para Antony que Modric cortou para escanteio. Neymar cobrou bem, Pedro desviou de cabeça, mas a bola não foi em direção ao gol.

O Brasil teve mais posse de bola e tentou pressionar, mas a chance mais perigosa foi da Croácia, que, em um contra-ataque, quase marcou com Brozovic. Ele recebeu passe de Petkovic, que havia passado por dois defensores brasileiros em uma bonita jogada.

O desafogo veio no último lance do primeiro tempo da prorrogação: Neymar iniciou a jogada no meio, tabelou com Rodrigo, recebeu de volta, tocou para Paquetá, que tocou de volta para Neymar. Já dentro da área, ele deixou a bola correr, passou pelo goleiro e bateu no alto para abrir o placar: 1 a 0 para o Brasil. Com o gol, Neymar se igualou a Pelé como maior artilheiro da seleção brasileira, com 77 gols.

Mas a Croácia não desistiu e empatou o jogo aos 11 minutos do segundo tempo. Em um contra-ataque, Modric recebeu no meio, tocou para Vlasic, que abriu  na esquerda para Orsic. Ele rolou para o meio da área e Petkovic chutou de perna esquerda para empatar.

O Brasil chegou uma última vez com força já nos acréscimos da prorrogação, em uma conclusão de Casemiro dentro da área após falta cobrada por Neymar. Mais uma vez, o goleiro Livakovic defendeu.

Pênaltis

A Croácia saiu batendo com Vlasic, que chutou alto, no meio do gol, e abriu o placar. Na sequência, Rodrygo cobrou e Livakovic defendeu.

A segunda rodada começou com Majer, que também bateu no meio do gol e fez 2 a 0 para a Croácia. Para o Brasil, Casemiro cobrou no canto direito e descontou.

Modric deslocou Alisson e fez 3 a 1 para a Croácia. Pedro marcou para o Brasil com um chute rasteiro: 3 a 2.

Orsic ampliou para a Croácia: 4 a 2. Marquinhos perdeu a última cobrança, que foi na trave.

País jovem de boas campanhas em Copas

A Croácia é o segundo país mais jovem desta Copa do Mundo. E não em termos de média de idade dos jogadores, estatística em que o time europeu fica do meio para o fim de uma tabela com 32 equipes: 27,4 anos, perto do Brasil, que tem média de 27,9 – a equipe mais jovem é Gana, com média de 24,7, e a mais velha, o Irã, com 28,9.

A juventude da Croácia se dá pelo fato de o país ter sido de fato fundado somente em 1991, depois que um plebiscito levou à independência da Iugoslávia, ex-república soviética até a dissolução do bloco e à guerra civil que só terminaria em dezembro daquele mesmo ano. Nesta Copa, somente a Sérvia, que se tornou independente em 2006, é mais jovem.

A região onde hoje é a Croácia era a que mais costumava enviar atletas para a seleção iugoslava. Como se filiou à Fifa somente em 1993, não teve chance de participar da Copa de 1994, vencida pelo Brasil nos Estados Unidos. Mas já na Eurocopa de 1996 alcançou as quartas de final.

Na Copa de 1998, na França, terminou em terceiro lugar após derrotar a Holanda, na semifinal, os croatas haviam perdido para os franceses, que seriam campeões contra o Brasil. Nesse mesmo Mundial, o atacante croata Davor Suker foi o artilheiro da competição com seis gols.

Desde que começou a participar das eliminatórias europeias, a Croácia ficou de fora de apenas uma Copa, em 2010, na África do Sul. Nas outras seis oportunidades, contando a partir de 1998, classificou-se normalmente com boas campanhas. O ápice, claro, foi o vice-campeonato em 2018, na Rússia.

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