O Brasil, neste ano, já perdeu duas posições no estudo realizado em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC) e chega à 59ª posição em uma lista de 63 países, atrás apenas da África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela. Pesam na perda de posições no ranking a infraestrutura, a qualificação dos trabalhadores e a segurança jurídica.
Por Redação, com ACSs - de Lausanne (Suíça)
Desde o início do governo de Jair Bolsonaro (PL), instalado após o golpe de Estado que derrubou a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), a economia brasileira declina. Sob a gestão do empresário Paulo Guedes, no Ministério da Economia, o Brasil está entre os países menos competitivos do mundo, de acordo com o ranking global de competitividade publicado pelo International Institute for Management Development (IMD), da escola de administração de Lausanne (Suíça).
O Brasil, neste ano, já perdeu duas posições no estudo realizado em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC) e chega à 59ª posição em uma lista de 63 países, atrás apenas da África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela. Pesam na perda de posições no ranking a infraestrutura, a qualificação dos trabalhadores e a segurança jurídica.
O país também permanece estagnado em pontos como investimento em inovação e adoção de tecnologias nos setores público e privado. Em estrutura social, o Brasil aparece em último lugar. O Coeficiente de Gini, que mede a desigualdade, registrou índice de 53,50, ficando o Brasil como segundo país mais desigual do ranking, atrás da África do Sul.
Estatísticas
Outro fator com peso específico na pesquisa, a educação permanece em último lugar no ranking. A proporção de acesso ao ensino superior é de apenas 23,5% das pessoas entre 25 e 34 anos, bem abaixo da média das economias analisadas (44,2%), segundo o levantamento.
O IMD World Competitiveness Rankings 2022 incorpora 235 indicadores de cada uma das 63 economias pesquisadas, para determinar a capacidade de um país criar valor agregado no longo prazo, melhorar o ambiente de negócios, alcançar crescimento sustentável e prosperidade para a sociedade.
O estudo Inclui, ainda, desde estatísticas sobre PIB, desemprego, gastos governamentais em saúde e educação, como também pesquisa de opinião entre executivos cobrindo tópicos como coesão social, globalização e corrupção.
América Latina
Em 2010, durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje na liderança das pesquisas para as eleições de outubro, o Brasil chegou a estar na 38ª posição. Em uma sequência de quedas a partir do governo de Michel Temer, presidente de facto do país após o processo de impedimento de Dilma Rousseff, despencou para o 61º lugar em 2017
De acordo com Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, as principais fragilidades da América Latina são a eficiência de governo, a educação e a produtividade.
— Precisamos melhorar a eficiência do setor público, simplificar marcos regulatórios e o sistema tributário, e investir em educação de qualidade — resume Arruda, em recente entrevista a jornalistas.