Em dezembro, Amorim afirmou, em carta enviada ao encontro de Assessores de Segurança Nacional, que a vontade de Rússia e Ucrânia em participar de negociações em busca da paz era fundamental para o sucesso dos esforços diplomáticos.
Por Redação, com ABr – de Pequim
Os governos do Brasil e da China chegaram, nesta quinta-feira, a um entendimento sobre a resolução em estudo para encerrr a guerra entre Rússia e Ucrânia. Ambos os países são favoráveis à negociação política para que a paz seja alcançada. As nações também pedem o apoio da comunidade internacional.
Assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, o diplomata Celso Amorim encontrou-se com Wang Yi, ministro das Relações Exteriores chinês e integrante do Escritório Político do Comitê Central do Partido Comunista.
O acordo firmado entre os dois países é um marco importante nas relações diplomáticas diante da continuidade da guerra. A avaliação do governo brasileiro é a de que a China é a única potência global com peso capaz de exercer influência sobre Moscou.
Conflito
A assinatura do documento é vista no governo brasileiro como um recado aos países que recusam as negociações e insistem em optar pela guerra como solução para o conflito. Brasil e China defendem que três princípios sejam seguidos para que haja a desescalada do conflito.
São eles: a não expansão do campo de batalha; a não escalada dos combates; e a não inflamação da situação por qualquer parte. Tanto o governo brasileiro quanto o governo chinês acreditam que o diálogo e a negociação são a única solução viável para a crise na Ucrânia.
Em dezembro, Amorim afirmou, em carta enviada ao encontro de Assessores de Segurança Nacional, que a vontade de Rússia e Ucrânia em participar de negociações em busca da paz era fundamental para o sucesso dos esforços diplomáticos.
Diálogo
Logo após o encontro, a chancelaria chinesa divulgou o entendimento firmado por Amorim e Wang Yi.
“Todos os atores relevantes devem criar condições para a retomada do diálogo direto e promover a desescalada da situação até que se alcance um cessar-fogo abrangente”, diz o documento.
Os dois países pregam, ainda, a realização de uma conferência internacional de paz que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todos os países relevantes nas tratativas e uma discussão justa de todos os planos de paz.
A defesa por um encontro internacional de paz com a presença dos dois países em guerra é uma resposta à conferência que a Suíça vai realizar em junho e que contará com a participação da Ucrânia, mas sem representação da Rússia.