Os grandes fundos de investimento também observavam que as vendas do varejo na zona do Euro recuaram 5,9% em janeiro de 2021. A queda, divulgada nesta manhã pela Eurostat, foi cinco vezes maior do que os 1,1% esperados pelos analistas e indica o impacto das medidas de distanciamento social sobre o comércio.
Por Redação - de São Paulo
No inverso do que ocorreu, na véspera, o dólar operava em baixa nesta quinta-feira. A moeda norte-americana tinha desvalorização de 0,06%, cotada a R$ 5,66, às 16h14. Diante da maior pressão sobre o câmbio nos últimos dias, o Banco Central (BC) entrou pesado em cinco pregões no mercado e vendeu o equivalente a US$ 7,175 bilhões, segundo a agência inglesa de notícias Reuters. Na véspera, em dois leilões de swap cambial tradicional, o BC promoveu uma injeção de liquidez na ordem de U$ 2 bilhões.
swapsNa véspera, o Brasil registrou mais um triste recorde com a morte de 1.840 pessoas em decorrência da covid-19. Em São Paulo, o governo determinou que todo o Estado volte à fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo, a partir da meia-noite do próximo sábado. Com a medida, shoppings, academias, bares, restaurantes e comércios deixarão de funcionar até 19 de março, o que chamou a atenção dos investidores.
Os grandes fundos de investimento também observavam que as vendas do varejo na zona do Euro recuaram 5,9% em janeiro de 2021. A queda, divulgada nesta manhã pela Eurostat, foi cinco vezes maior do que os 1,1% esperados pelos analistas e indica o impacto das medidas de distanciamento social sobre o comércio. Além disso, a Eurostat também informou que a taxa de desemprego da região ficou estável em 8,1%, com 13,28 milhões de pessoas sem emprego.
Produção
Outro ponto que influenciava na opção por ativos mais seguros, como o dólar, eram os juros dos títulos do Tesouro norte-americano com vencimento em dez anos. Eles voltaram a subir para 1,49% durante o último pregão. A alta nos rendimentos gera temores de uma migração em massa de investidores da bolsa para a renda fixa, além de sinalizar um possível aumento na inflação dos EUA.
Neste cenário, investidores aguardavam o posicionamento do presidente do Fed, Jerome Powell, previsto para o fim da tarde, com mais detalhes sobre a direção da inflação no país.
Os investidores também aguardavam a conclusão do segundo dia de reunião entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados para discutir a produção de petróleo a partir de abril. A expectativa dos analistas era de uma redução nos cortes em 500 barris diários, mas, segundo informações obtidas pela Reuters, o cartel considera manter as restrições na produção.
Já o Ibovespa, principal índice acionário da B3, operava em alta durante o pregão desta quinta-feira. Às 13h06, os ganhos eram de 2,65%, aos 114.126 pontos, embalados pela rápida aprovação no Senado da ‘PEC Emergencial’ antes de uma bateria de resultados corporativos e a fala do titular do Banco Central dos Estados Unidos. O volume financeiro somava R$ 10,1 bilhões. Na semana, o Ibovespa acumulava alta de mais de 3%, que, se confirmada na sexta-feira, quebrará uma série de três semanas terminando no vermelho.
Volatilidade
Na visão da Ágora Investimentos, a aprovação da ‘PEC emergencial’, abrindo espaço para a volta do auxílio emergencial e com o texto mostrando comprometimento com o teto de gastos, ajuda na melhora da percepção de risco. Investidores também aguardam para o final do dia uma série de resultados corporativos, entre eles B3, Lojas Americanas, B2W, Natura&Co, CCR, Iguatemi e MRV.
Análise técnica da equipe do Safra destacou que, para sair da tendência de baixa no curto prazo, o Ibovespa precisa superar a resistência em 113.500 pontos.
“Acima desta, o Ibovespa poderá seguir em direção à resistência em 116.500 pontos. Do lado da baixa, devido à alta volatilidade, consideraremos o primeiro suporte em 107.300 pontos”, resumiram, em relatório a clientes.