Johnson afirmou que não está torcendo para uma separação sem acordo, mas que tal cenário não seria um desastre.
Por Redação, com Reuters - de Londres/Madri
O ex-prefeito de Londres Boris Johnson, principal concorrente na disputa para suceder a premiê britânica, Theresa May, garantiu que o Reino Unido deixaria a União Europeia, dizendo que um Brexit sem acordo só poderia ser evitado com preparo para esse cenário.
Johnson afirmou que não está torcendo para uma separação sem acordo, mas que tal cenário não seria um desastre.
– Precisa ocorrer em 31 de outubro, e precisamos seguir em frente e fazer isso – disse ele à rádio BBC. “Todos aqueles que dizem que devemos adiar... Eu acho que eles arriscam causar danos fatais à confiança na política”.
Ele acrescentou que o chamado “backstop” irlandês, uma garantia para impedir o retorno dos controles de fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, poderia ser resolvido com o controle de mercadorias da fronteira.
Suspensão do Parlamento
Boris Johnson, principal candidato para a sucessão da primeira-ministra britânica, Theresa May, disse a parlamentares favoráveis ao Brexit que deixaria aberta a possibilidade de suspender o parlamento para forçar uma saída sem acordo da União Europeia, reportou o jornal The Times na quinta-feira.
Em um encontro particular na semana passada, Johnson garantiu que o Grupo de Pesquisa Europeia, grupo de parlamentares que apoiam radicalmente o Brexit, que ele não descartaria explicitamente tal medida, segundo reportou o jornal, citando um “importante apoiador do Brexit” anônimo.
Líderes catalães
Os líderes separatistas catalães negaram as acusações de procuradores de que eles teriam incitado violência na tentativa fracassada de independência da região, e usaram suas declarações finais no julgamento na Suprema Corte espanhola em Madri, que já dura quatro meses, para pedir diálogo.
Procuradores disseram na semana passada que os líderes catalães haviam tentado conscientemente um “golpe de Estado” contra a Espanha em 2017 quando organizaram um referendo pela independência da Catalunha, provocando a maior crise política da Espanha em décadas.
– Votar ou defender a república de um parlamento não pode constituir um crime – disse Oriol Junqueras, que serviu como vice-líder do governo regional catalão, no tribunal na quarta-feira.
Durante a votação do referendo, considerado ilegal pelos tribunais espanhóis, a polícia tentou fechar locais de votação improvisados, provocando uma comoção internacional ao fazer uso de violência com cacetetes e balas de borracha ferindo dezenas de pessoas.
Os 12 réus são acusados de rebelião, sedição, e apropriação indevida de verbas públicas. Os políticos e líderes civis da Catalunha, nove dos quais estão presos esperando condenação há mais de um ano, podem pegar até 25 anos de prisão.
Uma decisão final no julgamento deverá sair em alguns meses.