Os signatários da carta são pessoas ricas de 17 países, entre os quais estão a herdeira do império Disney, Abigail Disney; o ator e roteirista Simon Pegg; Valerie Rockefeller, herdeira da dinastia de sua família; Ise Bosch, neta do industrial alemão Robert Bosch e o músico e compositor Brian Eno.
Por Redação, com DW - de Davos, Suíça
Um grupo de mais de 250 bilionários e milionários divulgou uma carta no Fórum Econômico Mundial, sediado na elegante estação de esqui de Davos, na Suíça, nesta sexta-feira, na qual exigem que a elite política do mundo, reunida no Fórum Econômico Mundial de Davos, eleve os impostos sobre suas fortunas, a fim de combater as desigualdades e possibilitar melhoras nos serviços públicos às populações dos cinco continentes.
"Estamos surpresos que vocês fracassaram em responder a uma simples pergunta que fazemos há três anos: quando vocês vão taxar a riqueza extrema? Se os representantes eleitos nas principais economias do mundo não adotarem medidas para lidar com o aumento dramático da desigualdade econômica, as consequências continuarão a ser catastróficas para a sociedade", afirma a carta aberta aos líderes mundiais.
Pedido
Os signatários da carta são pessoas ricas de 17 países, entre os quais estão a herdeira do império Disney, Abigail Disney; o ator e roteirista Simon Pegg; Valerie Rockefeller, herdeira da dinastia de sua família; Ise Bosch, neta do industrial alemão Robert Bosch e o músico e compositor Brian Eno; além do ator da série Succession, Brian Cox.
O único brasileiro na lista é João Paulo Pacífico, fundador do grupo de investimentos Gaia que hoje investe em projetos sociais e colabora com as cooperativas do Movimento dos Sem Terra (MST).
Pesquisa
O grupo entregou a carta intitulada ‘Proud to pay’ (‘Orgulhosos em pagar’) diretamente aos líderes mundiais reunidos em Davos. Pesquisa recente revela que 74% dos super-ricos apoiam pagar mais impostos sobre suas fortunas para ajudar a combater a crise no custo de vida e melhorar os serviços públicos.
O levantamento realizado pelo instituto de pesquisas Survation a pedido do grupo Patriotic Millionaires, dos Estados Unidos, entrevistou mais de 2,3 mil pessoas em 20 países que possuem cada um mais e US$ 1 milhão (R$ 4,94 milhões) em bens de investimentos, excluindo suas próprias casas –o que os coloca entre os 5% mais ricos do mundo.
Segundo a pesquisa, 58% dos ricos apoiam a criação de uma taxa de 2% sobre os que possuem fortunas de 10 milhões de dólares, sendo que 54% acreditam que a riqueza extrema gera ameaças à democracia.
Contrapartida
Um relatório da ONG de combate à pobreza Oxfam apresentado em Davos nesta semana revelou que as fortunas dos cinco homens mais ricos do mundo mais do que dobraram desde 2020, enquanto 5 bilhões de pessoas ficaram mais pobres.
A Oxfam International afirmou que, somadas, as fortunas das cinco pessoas mais ricas do mundo: Elon Musk (Tesla, SpaceX), Bernard Arnault (LVHM), Jeff Bezos (Amazon), Larry Ellison (Oracle) e o megainvestidor Warren Buffet– aumentaram 114%, o que corresponde a US$ 464 bilhões (R$ 2,26 trilhões), chegando a US$ 869 bilhões no ano passado.
Em contrapartida, desde 2020 o poder financeiro de quase 4,77 bilhões de pessoas – ou 60% da população mundial – caiu 0,2% em termos reais. Segundo a instituição, seriam precisos 229 anos para erradicar a pobreza a nível global.