Biden ainda afirmou que "não é preciso ser judeu para ser sionista" e voltou a defender que a solução de dois Estados entre israelenses e palestinos "é a melhor para garantir a paz e a estabilidade" para toda a região.
Por Redação, com Reuters - de Jerusalém
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou a Israel nesta quarta-feira e, em seu primeiro discurso, afirmou que as relações entre as duas nações "nunca foram tão fortes e profundas".
A fala ocorreu logo após o pouso e ao lado do premiê do país, Yair Lapid, que definiu a chegada do líder norte-americano, a primeira visita do mandato do norte-americano, de "histórica".
Biden ainda afirmou que "não é preciso ser judeu para ser sionista" e voltou a defender que a solução de dois Estados entre israelenses e palestinos "é a melhor para garantir a paz e a estabilidade" para toda a região.
Por sua vez, Lapid acrescentou que a "ligação entre os nossos dois países é indissolúvel" e definiu Biden "como um grande sionista e um dos melhores amigos que Israel conhece".
O premiê, que está no cargo de forma interina até as eleições de novembro, afirmou ainda que uma das principais pautas da viagem será a renovação de uma "coalizão global" contra o Irã - país que é rival histórico dos israelenses.
– Nós vamos discutir a necessidade de renovar uma forte coalizão global que vai parar o programa nuclear iraniano – disse Lapid.
Desde que assumiu a Presidência, em janeiro de 2021, Biden está em negociações para recolocar os EUA no acordo nuclear entre os membros do Conselho de Segurança da ONU, a Alemanha e o Irã.
Biden também foi recebido pelo presidente israelense, Isaac Herzog, que o chamou de "irmão" assim que desembarcou.
Segundo o líder do país, o democrata "sempre foi um verdadeiro amigo de Israel e do povo judeu" e lembrou que a primeira visita de Biden ocorreu em 1973, pouco antes da guerra do Yom Kippur, entre 6 e 25 de outubro daquele ano.
– Hoje, ao invés disso, ventos de paz vêm da África setentrional através do Mediterrâneo até o Golfo. Essa visita é a sua viagem de paz de Israel a Arábia Saudita (próxima etapa da viagem), da Terra Santa ao Hijaz. Nós esperamos e rezamos que ela servirá para levar adiante uma visão de prosperidade, integração, paz e segurança para toda a região – acrescentou Herzog.
Abu Akleh
Pouco antes da chegada de Biden a Israel, a Casa Branca confirmou que o presidente convidou a família da jornalista palestina Shireen Abu Akleh, assassinada após uma ação de militares israelenses em Jenin em maio, a ir para Washington.
O caso da repórter voltou a elevar a tensão entre palestinos e israelenses porque os primeiros acusam Israel de matar a profissional enquanto uma perícia do governo dos EUA diz que não é possível determinar "a origem" do disparo, mas que o tiro "possivelmente" foi disparado de maneira não intencional das posições israelenses.