Nesse período, Singapura cresceu 25%, adicionando uma massa de terra com mais de duas vezes o tamanho de Manhattan. Com 735,5 quilômetros quadrados, Singapura está agora se aproximando do tamanho de todos os cinco distritos da cidade de Nova York.
Por Redação, com Bloomberg - de Londres
Durante meio século de independência, Singapura lutou para expandir seu território, centímetro por centímetro duramente conquistado. Na ponta da península da Malásia, a cidade-estado aterrou seu litoral para expandir sua área e recuperar terras do mar.
Nesse período, Singapura cresceu 25%, adicionando uma massa de terra com mais de duas vezes o tamanho de Manhattan. Com 735,5 quilômetros quadrados, Singapura está agora se aproximando do tamanho de todos os cinco distritos da cidade de Nova York.
Ela planeja crescer mais 4% até 2030. É uma conquista impressionante, considerando que muitas outras costas estão recuando devido ao aumento do nível do mar, resultado da mudança climática.
— Não estamos planejando perder nenhum centímetro de terra permanentemente. Singapura construirá uma linha contínua de defesa ao longo de toda a costa. Isso é algo que levamos muito a sério — afirmou Ho Chai Teck, vice-diretor da PUB, a agência governamental que coordena o esforço para salvar as costas do país.
Perdas financeiras
Aproximadamente um terço de Singapura está a menos de 4,5 metros acima do nível do mar, o que é baixo o suficiente para que as inundações causem perdas financeiras graves.
Algumas de suas propriedades mais valiosas estão localizadas em terrenos vulneráveis: os arranha-céus com vista para a orla de Marina Bay, conhecida por seu shopping de luxo e cassino, e as torres que abrigam bancos gigantes, como o DBS Group Holdings, o maior do Sudeste Asiático, e o Standard Chartered, com sede no Reino Unido.
Se o aquecimento for de 1,5ºC, os imóveis de primeira linha da cidade, avaliados em 70 bilhões de dólares de Singapura (US$ 50 bilhões), correm um alto risco de inundação, de acordo com estimativas da agência norte-americana de notícias Bloomberg usando dados da empresa imobiliária CBRE Group. Outra parte vital e ameaçada do país é a Jurong Island, onde a Shell e a Exxon Mobil (XOM) têm operações de petróleo e petroquímica.
— Temos pequenas nações insulares, mas elas não têm tanta riqueza econômica. O valor real de cada metro quadrado em Singapura está fora dos gráficos. Este é um país mais suscetível ao aumento do nível do mar do que praticamente qualquer outro do mundo — resumiu Benjamin Horton, professor da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, que estuda a mudança do nível do mar.