Chamado a participar da organização do ato, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, foi chamado a explicar o que aconteceu para que tudo desse tão errado. Macêdo, no entanto, diz que não cabe ao governo organizar festa de sindicato, o que irritou segmentos do PT e, principalmente, a bancada do partido na Câmara.
Por Redação – de Brasília
Somado às pesquisas negativas ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – que investe centenas de milhões de reais em publicidade nos meios conservadores de comunicação, ligados à extrema direita -, o fiasco de público na festa do Dia do Trabalhador, em São Paulo, consolida a necessidade da mudança de cargos, no Planalto, na tentativa de se formular uma política de Comunicação Social mais adequada aos interesses do Partido dos Trabalhadores (PT). A constatação foi ouvida nesta sexta-feira, nos corredores palacianos.
O ato esvaziado, promovido pelas centrais sindicais, reuniu não mais de 2 mil pessoas no estacionamento da Arena Corinthians, no 1º de Maio, de acordo com cálculos da Universidade de São Paulo (USP). O programa mal organizado causou não apenas um mal-estar entre petistas mas, como adiantou a reportagem do Correio do Brasil, publicada na véspera, aumentou a pressão interna por mudanças no primeiro escalão do governo.
Movimentos
Chamado a participar da organização do ato, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, foi chamado a explicar o que aconteceu para que tudo desse tão errado. Macêdo, no entanto, diz que não cabe ao governo organizar festa de sindicato, o que irritou segmentos do PT e, principalmente, a bancada do partido na Câmara.
— Se tivesse sido informado corretamente sobre a baixa expectativa de público, Lula não precisaria ter confirmado presença — disse um dos interlocutores ouvidos pela mídia conservadora, nesta manhã.
Márcio Macêdo (PT), segundo especulações disseminadas por colunistas diversos, ao longo das últimas semanas, tem sido um nome que poderia ser substituído pelo atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta. O resultado do 1º de Maio reforça a tese de que o governo precisa melhorar sua relação com os movimentos sociais.
Crise sindical
A desmobilização da classe trabalhadora, no entanto, é um sinal dos tempos que teve seu início muito antes do ato fracassado, na capital paulista.
— Esse 1º de Maio foi o ápice da crise que o movimento sindical atravessa nos últimos anos. Foi um marco histórico. Para o sindicalismo, é se reinventar ou morrer — disse o deputado Paulinho da Força (Solidariedade), presidente de honra da Força Sindical, a jornalistas.
Na festa que não deu certo, Lula era a atração principal e não contou com uma fração do público esperado.
— O Lula está correto. Temos que fazer um mea culpa de nossa incapacidade de levar mais gente — resumiu Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT).