Os seis ativistas fazem parte de diversos manifestantes italianos que reiteram o pedido de um fundo preventivo e permanente de 20 bilhões de euros para reembolsar os dados causados por catástrofes e fenômenos climáticos extremos.
Por Redação, com ANSA - de Roma
Ativistas ambientais do grupo "Ultima Generazione" ("Última Geração", em português) jogaram lama no exterior da Basílica de San Marco, em Veneza, nesta quinta-feira, em um protesto que chamaram de "alarme de incêndio".
Com alguns extintores, eles jogaram líquido misturado com lama contra as paredes da igreja e exibiram uma faixa que dizia "fundo de reparação".
Além disso, borrifaram Nesquik na fachada lateral direita da basílica "Estamos aqui para soar o alarme de incêndio. Este é um protesto não violento. Veneza está afundando porque nossos governos não tomaram medidas contra a crise climática", afirmaram os ativistas.
O grupo disse ainda que todos que estão na praça "para tirar fotos e visitar a igreja são privilegiados" porque serão os "últimos que poderão ver esta igreja acima do nível do mar".
"Veneza logo estará submersa, não haverá mais nada disso. Ficará coberta de lama e morreremos. Se você ama esta cidade tanto quanto nós, peça ao governo junto conosco para eliminar os combustíveis fósseis", alertaram.
Segundo eles, uma das principais cidades da Itália "está condenada" e, portanto, é preciso agir agora. "Precisamos de um fundo de reparação", gritaram.
Diversos manifestantes
Os seis ativistas fazem parte de diversos manifestantes italianos que reiteram o pedido de um fundo preventivo e permanente de 20 bilhões de euros para reembolsar os dados causados por catástrofes e fenômenos climáticos extremos.
Durante o ato, algumas pessoas que passavam pelo local atacaram os ativistas para criticar esta forma de protesto climático, enquanto que uma turista francesa e sua filha que estavam na Piazza San Marco se uniram aos manifestantes em prol do clima.
A polícia italiana interveio no local e deteve todos os ativistas do "Ultima Generazione". O prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, afirmou que o ato foi "um gesto gravíssimo e vergonhoso que condenamos fortemente".
– Já basta, é legítimos expressar o próprio descontentamento, mas sempre respeitando a lei e o nosso patrimônio cultural e religioso. Nossa cidade toma ações concretas para defender o meio ambiente. O vandalismo certamente não é o método correto para encontrar soluções – enfatizou ele.
Em um longo comunicado divulgado à imprensa, o "Ultima Generazione" explicou detalhadamente o protesto em Veneza, ressaltando que "as palavras do papa Francisco aos governos e às elites fósseis não são menos severas que as nossas, e a consciência do cenário de miséria e de guerras que o futuro nos reserva é igualmente clara".
– Estamos aqui em Veneza não por acaso porque em menos de 20 anos esta cidade irá estar completamente submerso. Amamos Veneza e não queremos que ela seja destruída, como o resto do mundo. Protestamos de forma não violenta, não machucamos ninguém, mas estamos presos, como os 12 cidadãos do Última Geração que estão na prisão injustamente durante três dias – relatou um ativista de 17 anos, apelando por um fundo de reparação permanente para as vítimas do colapso climático.