Rio de Janeiro, 13 de Março de 2025

Ata do Copom mostra divergência quanto à resiliência da inflação

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Terça, 27 de Setembro de 2022 às 11:57, por: CdB

Para Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, a ata divulgada nesta terça-feira reforçou o tom de cautela do BC em relação aos riscos do cenário para a inflação. Segundo a economista, mesmo com a atividade mais forte do que o esperado, o comitê ressalta que medidas de ociosidade da economia tem elevada incerteza.

Por Redação - de Brasília
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), divulgada nesta terça-feira, reforçou a expectativa para um IPCA menor, neste ano, de 5,8% ante 6,8% na última reunião. Apesar da revisão positiva, alguns economistas avaliaram que o grupo manteve um tom mais duro quanto à inflação convergir com a meta estipulada em 2024.
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A reunião do Copom, no Banco Central, determina a taxa oficial de juros nos financiamentos bancários
Para Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, a ata divulgada nesta terça-feira reforçou o tom de cautela do BC em relação aos riscos do cenário para a inflação. Segundo a economista, mesmo com a atividade mais forte do que o esperado, o comitê ressalta que medidas de ociosidade da economia tem elevada incerteza. — Em um cenário alternativo de menor ociosidade estimada, o impacto nas projeções de inflação ainda seria pequeno, indicando os resultados na ata. Por outro lado, o Copom reconhece que o aumento dos juros ao longo do ciclo foi significativo e a defasagem está mais longa, ou seja, a economia ainda vai sentir o impacto da restrição da política monetária, por isso a importância da pausa nesse momento — afirmou ao canal norte-americano de TV CNN. O Copom optou pela manutenção da Selic em 13,75% na última reunião, mas a decisão não foi unanime, com dois membros defendendo a elevação da taxa básica em 0,25 ponto percentual.

Divergencia

Foi justamente essa preocupação com impactos mais duradouros sobre a inflação o motivo de divergência na decisão do Copom. Na última quarta-feira, o Copom optou por manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%, interrompendo o ciclo de aperto monetário. A decisão, no entanto, ficou longe da unanimidade. A diretora de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Fernanda Guardado, e o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Dias de Brito Gomes, votaram por uma alta residual de 0,25 ponto percentual na Selic. Desde 2016, o BC não registrava dissidência nos votos. Os diretores argumentaram que, diante da elevação das expectativas de inflação para 2024, da incerteza do grau de ociosidade da economia e do forte ritmo da atividade econômica, a alta adicional fortaleceria a mensagem de comprometimento do comitê com sua estratégia. "Esses membros avaliam que os riscos de alta elencados no balanço de riscos podem ter impactos mais duradouros caso se materializem, e sugerem cautela adicional na avaliação das projeções do cenário de referência para o ano de 2024”, resume o documento.
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