Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Assange e sua noiva denunciam que ministro da Justiça impede casamento

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Domingo, 07 de Novembro de 2021 às 11:04, por: CdB

Moris, patrona da causa, relacionou a falta de resposta das autoridades britânicas à hostilidade em relação ao WikiLeaks por parte dos EUA, onde autoridades foram acusadas recentemente de conspirar para matar ou sequestrar Assange durante os anos em que ele esteve na embaixada do Equador em Londres.

Por Redação, com The Guardian - de Londres
Julian Assange e sua noiva, a advogada Stella Moris, disseram nesta domingo que estão sendo impedidos de se casar e pretendem ingressar com uma ação judicial contra o secretário (equivalente no Brasil a ministro) da Justiça britânico, Dominic Raab, e o diretor da prisão em que ele se encontra, a Belmarsh, situada no bairro de Thamesmead, sudeste de Londres.
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Stella e Julian Assange têm dois filhos e querem se casar, mas a Justiça britânica tem impedido a cerimônia
A ação contra o secretário Raab e Jenny Louis, que dirigem a prisão onde o cofundador do WikiLeaks está detido enquanto os EUA buscam sua extradição, denuncia que ambos têm negado os direitos humanos do casal e de seus dois filhos. Eles afirmam não ter recebido resposta aos repetidos pedidos de acordo para que uma cerimônia possa ser realizada, na prisão. Moris, patrona da causa, relacionou a falta de resposta das autoridades britânicas à hostilidade em relação ao WikiLeaks por parte dos EUA, onde autoridades foram acusadas recentemente de conspirar para matar ou sequestrar Assange durante os anos em que ele esteve na embaixada do Equador em Londres.

Luta diária

No mês passado, em um recurso dos EUA contra a decisão de uma juíza britânica de impedir que Assange seja extraditado, os advogados do jornalista disseram ter provas de que a CIA planejou sequestra-lo ou matá-lo. Este seria um dos principais motivos “para temer o que será feito a ele”, se extraditado para uma prisão norte-americana por acusações de espionagem. “Esses planos de pegar ou matar não foram implementados, mas outras medidas hostis” foram tomadas, disse Moris ao diário britânico Daily Mail, neste domingo, quanto às barreiras enfrentadas pelo casal para a realização da cerimônia de casamento. — Faz parte de uma enorme conspiração contra Julian (Assange) que se faz sentir em tudo o que tentamos fazer. Um casamento seria um momento de felicidade, um pouco de normalidade em circunstâncias insanas. Julian precisa de coisas para se agarrar porque a vida diária é uma luta para ele em Belmarsh e há muitas incertezas sobre seu futuro. Nosso amor um pelo outro é a única coisa que nos tem sustentado e ser casado seria outro baluarte em nossas defesas emocionais — acrescentou.

Processo legal

Um pedido formal foi feito por Assange ao gabinete do diretor, em 7 de outubro, para um acordo sobre a realização de um casamento. Vários dias depois, os advogados do casal pediram à prisão para conceder permissão para Moris e um tabelião do Greenwich Register Office visitarem a prisão para que o casal pudesse notificar sua intenção de casamento. Não obtiveram sucesso. A ação judicial afirma que a falta de resposta a esses pedidos cria “uma barreira total e indefinida não só para os requerentes se casarem, mas até mesmo para eles iniciarem o processo legal para os mesmos”. Louis teria dito à equipe jurídica do casal que ela foi obrigada a encaminhar o pedido de casamento ao Crown Prosecution Service. No entanto, esses advogados dizem que isso é irrelevante, pois não há acusações no Reino Unido contra ele. Raab e Louis, que também são acusados ​​de abusar de seu poder sobre Assange, tiveram até 12 de novembro para responder. O Ministério da Justiça foi contactado para comentar ao diário britânico The Guardian, mas não retornaram com uma resposta.
Tradução: Correio do Brasil
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