Rio de Janeiro, 06 de Maio de 2025

Aposentados protestam contra cortes de benefícios médicos na China

Os protestos ocorreram pela primeira vez em Wuhan a 8 de fevereiro, após as autoridades provinciais chinesas declararem que cortariam uma percentagem na comparticipação pagas das despesas médicas que os aposentados podiam ver ressarcida no sistema de saúde.

Quinta, 16 de Fevereiro de 2023 às 11:09, por: CdB

Os protestos ocorreram pela primeira vez em Wuhan a 8 de fevereiro, após as autoridades provinciais chinesas declararem que cortariam uma percentagem na comparticipação pagas das despesas médicas que os aposentados podiam ver ressarcida no sistema de saúde.


Por Redação, com RTP - de Pequim


Milhares de idosos encheram as ruas de algumas cidades chinesas para contestar a redução de benefícios de saúde.




idososchina.jpg
Milhares de idosos encheram as ruas de algumas cidades chinesas

Na quarta-feira, ocorreu a segunda vaga de manifestações de aposentados que pretende pressionar o presidente Xi Jinping a não cortar a comparticipação de despesas médicas.


Os protestos ocorreram pela primeira vez em Wuhan a 8 de fevereiro, após as autoridades provinciais chinesas declararem que cortariam uma percentagem na comparticipação pagas das despesas médicas que os aposentados podiam ver ressarcida no sistema de saúde.

Continue lendo

Na terça-feira, imagens nas redes sociais mostraram amplas manifestações compostas essencialmente por idosos a protestarem com os cortes dessas mais-valias. As alterações nos benefícios de saúde para os aposentados ocorrem no momento em que a China emerge da grande vaga de covid do início do ano.


As autoridades descreveram estas mudanças como reformas. O governo chinês argumenta que a aplicação dos cortes servirá para aumentar o escopo de cobertura e incluir mais beneficiários no país. Em suma, seria retirar de uns para redistribuir por mais pessoas.



Críticas às novas medidas


No entanto, as críticas às novas medidas apontam que o plano tem outras inteções, os cortes dos benefícios de saúde que o governo de Xi Jinping quer impor servirá para recuperar as grandes quantias de dinheiro gastas em testes covid obrigatórios  e outras medidas restritivas durante a pandemia.


É neste contexto que milhares de aposentados avançaram para as ruas. Em Wuhan, onde o vírus SARS-CoV- 2 foi detetado inicialmente, as vozes dos protestos ouviram-se pela segunda vez, assim como na cidade de Dalian, no nordeste do país.


A Radio Free Asia noticiou que os trabalhadores aposentados do ferro e do aço constituíam uma proporção significativa do grupo de protesto original em Wuhan.


Mas, curiosamente as autoridades em Wuhan e Dalian afirmaram que não tinham conhecimento dos protestos mais recentes e, como tal, não tinham comentários a fazer, de acordo com a BBC.


As reuniões terão sido coordenadas através das redes sociais, que ajudaram a contornar o controlo feito pelo governo para reduzir qualquer forma de ato dissidente.


Nos vídeos partilhados nas plataformas digitais mostraram manifestantes idosos a cantar o hino comunista, a Internacional.


Essa melodia é normalmente usada como indicador favorável ao governo ou ao Partido Comunista mas nos últimos protestos o uso da musica assinala as queixas da população.



Os protestos


Um logista que testemunhou os protestos de quarta-feira em Wuhan confirmou à BBC que a polícia, não só estava em ambos os lados de uma estrada próxima, como tinha bloqueado o acesso à área para evitar que mais pessoas se juntassem às centenas de manifestantes idosos.


Na rede social chinesa Weibo, semelhante ao Twitter, a hashtag #healthinsurance, em chinês, atraiu milhões de reações. #healthinsurance foi rapidamente removida da seção "tópicos quentes" do site.


hashtag correspondente ao local dos protestos mais recentes em Wuhan, Zhongshan Park, foi censurada e as fotos que diziam ser da manifestação foram também retirada.


No entanto, mesmo os tentáculos da censura da China a operarem, as partilhas dos vídeos globalmente revelam um apoio expresso aos aposentados que protestam.


Três anos de crise pandémica, acompanhados da política restritiva da covid-zero com confinamentos consecutivos e respetivas consequências económicas, geraram um vasto descontentamento público para com as políticas de saúde da China.



Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo