Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Apenas 10% da população mais rica concentram metade da riqueza

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Sexta, 24 de Dezembro de 2021 às 13:09, por: CdB

Na outra ponta, os 10% mais pobres dos brasileiros tinham 10,1% da riqueza. Em 2021, 10%. Os dados, que são do relatório The World Inequality Report 2022, divulgado na primeira semana de dezembro, ainda mostram que 1% dos mais ricos dos brasileiros são donos de metade da riqueza nacional, enquanto a metade mais pobre detém menos de 1% da riqueza.

Por Redação, com BdF - de São Paulo
O de cima subiu e o de baixo desceu. Durante a pandemia do novo coronavírus a desigualdade aumentou em todo o mundo. No Brasil, 10% da parcela mais rica da sociedade detinha 58,6% da renda nacional em 2019. Hoje, concentra 59%.
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Famílias que recebiam as parcelas do auxílio emergencial voltarão a viver abaixo da linha da pobreza
Na outra ponta, os 10% mais pobres dos brasileiros tinham 10,1% da riqueza. Em 2021, 10%. Os dados, que são do relatório The World Inequality Report 2022, divulgado na primeira semana de dezembro, ainda mostram que 1% dos mais ricos dos brasileiros são donos de metade da riqueza nacional, enquanto a metade mais pobre detém menos de 1% da riqueza. Segundo o documento, o Brasil é o segundo país mais desigual da América Latina, atrás apenas do Chile. No grupo das 20 maiores economias do mundo, o G20, o Brasil também fica em segundo lugar, atrás da África do Sul. No ranking mundial, o país está em 11º, atrás de Chile, África do Sul, República Central Africana, Moçambique, Namíbia, Zâmbia, Guiné Bissau, Botsuana, Zimbábue, Iêmen.

Desemprego e juros

Para o próximo ano, as expectativas são de aprofundamento das desigualdades, principalmente no Brasil. Segundo David Deccache, diretor do Instituto de Finanças Funcionais para o Desenvolvimento, doutorando em Economia pela Universidade de Brasília (UnB) e assessor na Câmara dos Deputados, a combinação entre altas de desemprego, inflação, taxas de juros e implementação de políticas neoliberais cria a tempestade perfeita para o agigantamento das distâncias entre as classes sociais. — A gente tem uma tendência de alta muito forte na taxa de juros, a taxa Selic. A previsão do mercado para próximo ano é de uma taxa Selic de 11,5%, ou seja, os mais ricos que conseguem ter rendimentos atrelados à Selic vão ganhar muito dinheiro, ao passo que os trabalhadores que vivem de salário estarão uma situação muito ruim, com esse desemprego elevado, salários baixos e inflação alta — afirmou Deccache.

Desestímulo

O pesquisador explica que a taxa de juros elevada, além de favorecer os mais ricos, que vivem de juros, prejudica a geração de empregos. Isso porque gera estímulo para investimento no mercado financeiro, em detrimento de investimentos na economia real, como a indústria.  — Você gera um desestímulo ainda maior para investimentos na economia real, fora que não há nenhum tipo de políticas econômicas voltadas ao crescimento econômico. Então essa tendência aponta para um aprofundamento das desigualdades: melhora as condições dos que estão protegidos por uma taxa de juros elevadíssima, e piora brutalmente a situação dos pobres, que já está muito ruim — concluiu.
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