Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Angela Merkel pede solução política para crise do Irã

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Sábado, 22 de Junho de 2019 às 08:26, por: CdB

Merkel afirmou que a questão do Irã será discutida na reunião da próxima semana de líderes do Grupo no Japão.

Por Redação, com Reuters - de Frankfurt

A comunidade internacional precisa buscar uma solução política para o Irã, disse a chanceler alemã Angela Merkel neste sábado, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer que abortou um ataque militar para retaliar a derrubada de um drone dos EUA por Teerã.
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Angela Merkel
Em um encontro anual de igrejas protestantes, Merkel afirmou que a questão do Irã será discutida na reunião da próxima semana de líderes do Grupo das 20 maiores economias no Japão, pelo menos em um nível bilateral. – Tem que haver uma solução política (sobre o Irã) e é nisso que estamos trabalhando – disse Merkel.

Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira que abortou um ataque militar contra o Irã porque este poderia ter matado 150 pessoas, uma reação desproporcional ao fato de Teerã ter abatido um drone de vigilância dos EUA. Trump disse que o plano era atingir três locais em resposta à derrubada do drone na quinta-feira, que Teerã afirma ter ocorrido sobre seu território e Washington diz ter acontecido no espaço aéreo internacional sobre o Estreito de Hormuz. O incidente com o drone agravou os temores globais de um confronto militar direto entre os inimigos de longa data, e os preços do petróleo subiram nesta sexta-feira devido às apreensões a respeito de possíveis transtornos nas exportações de petróleo do Golfo. A decisão abrupta de Trump de cancelar o ataque sugere que ele quer uma solução diplomática para acabar com semanas de tensões com o Irã, que Washington acusa de vários ataques a petroleiros na região do Golfo.

Ataques

Em uma série de tuítes matutinos, Trump disse não ter pressa de lançar um ataque e que as sanções econômicas norte-americanas, concebidas para forçar o Irã a conter suas atividades nuclear e de mísseis e seu envolvimento em guerras regionais, estão surtindo efeito. Ele ainda disse que os EUA impuseram sanções adicionais ao Irã na noite de quinta-feira, na esteira da destruição do drone Global Hawk, causada por um míssil terra-ar, mas não ficou claro de imediato quais seriam essas penalidades. – Dez minutos antes do ataque eu o parei, não é proporcional à derrubada de um drone não-tripulado. Não estou com pressa, nossas forças militares estão recompostas, novas e prontas para agir, de longe as melhores do mundo – tuitou Trump. O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e a diretora da CIA, Gina Haspel, além do restante da equipe de Trump, foram a favor de um ataque retaliatório, disse uma autoridade sênior do governo Trump. Mais cedo nesta sexta, autoridades iranianas disseram à Reuters que Teerã recebeu uma mensagem de Trump alertando que um ataque norte-americano ao Irã era iminente, mas dizendo que ele não quer uma guerra, e sim discutir uma série de assuntos. A notícia sobre a mensagem, entregue via Omã de madrugada, veio pouco depois de o jornal New York Times dizer que Trump cancelou ataques visando radares e baterias de mísseis iranianas na última hora. “Em sua mensagem, Trump disse que é contra qualquer guerra com o Irã e que quer conversar com Teerã sobre vários assuntos”, disse uma das autoridades à agência inglesa de notícias Reuters, pedindo anonimato. “Ele deu um período de tempo curto para receber nossa resposta, mas a resposta imediata do Irã foi que cabe ao líder supremo (aiatolá Ali) Khamenei decidir sobre esta questão”, acrescentou a fonte. Washington também solicitou uma reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) na segunda-feira sobre o Irã. A decisão de Trump teve reações diversas em Washington, com algumas pessoas criticando-o por recuar, enquanto outras, notadamente democratas de alto escalão, elogiaram o que viram como moderação.

Danos

– Um ataque com esse tamanho de danos colaterais seria muito provocador, e estou feliz que o presidente não fez isso – disse a repórteres a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, a principal democrata no Congresso. Já Michael Makovsky, ex-autoridade do Pentágono que dirige o Instituto Judaico de Segurança Nacional da América, um centro de estudos que favorece fortes laços de segurança entre os EUA e Israel, disse que Trump estava minando a credibilidade norte-americana. – Trump deu a impressão de que perdeu a coragem – disse Makovsky em um comunicado.

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