Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Analista internacional avalia como positivo encontro de Lula e Biden

Arquivado em:
Quinta, 09 de Fevereiro de 2023 às 13:44, por: CdB

Realizada em Los Angeles, em junho de 2022, a Cúpula das Américas foi verdadeiro fiasco, que deixou claro o declínio da influência americana no hemisfério. A decisão dos norte-americanos de excluir Venezuela, Cuba e Nicarágua gerou boicote de outros países da região.

Por Redação, com OESP - de São Paulo
No encontro entre Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antes mesmo da posse, ficou mais nítida para os norte-americanos a impressão de que a reunião bilateral entre Lula o presidente Joe Biden será positiva.
lula-sullivan.jpg
Lula (D) cumprimenta o representante do Departamento de Defesa dos EUA, Jake Sullivan
— Pelo que tive notícia, quando Jake Sullivan esteve no Brasil houve uma reunião extraordinária, na qual os dois passaram por uma série de temas internacionais, domésticos — afirmou Ian Bremmer, fundador da consultoria de risco político Eurasia Group, ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo (OESP), nesta quinta-feira.

Fiasco

Bremmer avalia que é de interesse da Casa Branca retomar a relação sólida que havia entre os EUA e o Brasil, durante os dois primeiros governos de Lula. — Biden, certamente, quer um relacionamento forte com o Brasil, especialmente depois da Cúpula das Américas do ano passado — observou Bremmer. Ele classificou o encontro como um dos piores fóruns multilaterais. Realizada em Los Angeles, em junho de 2022, a Cúpula das Américas foi verdadeiro fiasco, que deixou claro o declínio da influência americana no hemisfério. A decisão dos norte-americanos de excluir Venezuela, Cuba e Nicarágua gerou boicote de outros países da região, como o México, importante parceiro dos norte-americanos. Os presidentes de El Salvador, Guatemala e Honduras também não compareceram. O cenário levou Biden a fazer uma inflexão na sua política de não se encontrar com o ex-presidente Jair Bolsonaro e convidar o brasileiro para um encontro bilateral, o que garantiu a presença do Brasil na Cúpula, que vinha sendo descrita por analistas como um fracasso.

Democracia

Lula recebeu Jake Sullivan na capital federal em dezembro. Visita do conselheiro de Segurança da Casa Branca introduziu debate de temas que serão aprofundados na viagem do brasileiro a Washington. A intenção de criar um forte laço com o Brasil, na avaliação de Bremmer, fará Biden colocar a discussão sobre democracia no centro do debate, mas também dar espaço para outros assuntos, como meio ambiente e comércio. — Lula é uma voz forte sobre meio ambiente, em oposição a Bolsonaro, e Biden também deve abrir questões como comércio, investimentos, há oportunidade para discutirem mais sobre essas áreas — resumiu o fundador da Eurasia.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo