Rio de Janeiro, 11 de Dezembro de 2024

Ameaças de Trump ao BRICS não mudarão nada, diz chanceler russo

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Sexta, 06 de Dezembro de 2024 às 13:08, por: CdB

Anteriormente, Trump ameaçou os países do BRICS de que imporia “taxas de 100%” sobre eles se não abandonassem os planos de criar uma moeda alternativa ao dólar.

Por Redação, com Sputnik e CartaCapital – de Moscou

O trabalho de criação de um meio de pagamento para os países-membros do BRICS será realizado apesar das declarações do presidente americano eleito de impor 100% de tarifas em resposta, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Pankin, à agência russa de notícias Sputnik.

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Donald Trump

Anteriormente, Trump ameaçou os países do BRICS de que imporia “taxas de 100%” sobre eles se não abandonassem os planos de criar uma moeda alternativa ao dólar. Ao mesmo tempo, o presidente russo Vladimir Putin disse anteriormente que era muito cedo para falar sobre a criação de uma moeda única do BRICS.

– Essa é uma oportunidade de plataforma para pagamentos. É claro que o trabalho sobre ela continuará – disse Pankin à margem do XVII Fórum Econômico Euroasiático de Verona realizado em Ras al-Khaimah.

Ele esclareceu que ninguém está falando de uma moeda comum. “Não é o euro, não é o euro-BRICS, ou BRICS-euro”, disse o vice-ministro.

Além disso, em sua opinião, as declarações que foram feitas há alguns dias pelo presidente eleito dos EUA, Trump, sobre a imposição de tarifas de 100% no caso de criação de moeda do BRICS, não poderiam influenciar as decisões sobre esse assunto.

– Isso é absolutamente falso. Acho que as declarações do presidente eleito dos EUA mudarão muitas vezes. Mais de uma vez, tanto para um lado quanto para o outro. Esse modo de se comportar foi peculiar a ele no primeiro mandato – concluiu Pankin.

Lavrov diz que Rússia está pronta para se defender por ‘todos os meios’

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou na quinta-feira que espera que o Ocidente tenha levado “a sério” o uso de um míssil supersônico por seu país na Ucrânia e advertiu que Moscou está disposto a empregar “todos os meios” para se defender.

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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov

– Os Estados Unidos e seus aliados precisam entender que estaremos prontos para usar todos os meios para impedir que alcancem o que chamam de derrota estratégica da Rússia – afirmou Lavrov em entrevista ao comentarista e apresentador de televisão norte-americano Tucker Carlson, transmitida hoje.

Há duas semanas, a Rússia disparou seu novo míssil supersônico Oreshnik contra a cidade ucraniana de Dnipro, marcando uma escalada significativa na guerra, que se aproxima de três anos.

Desde então, o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou usar a arma contra Kiev em resposta aos ataques da Ucrânia em território russo. “Estamos enviando sinais e esperamos que o último, há algumas semanas, com o novo sistema de armas chamado Oreshnik, tenha sido levado a sério”, afirmou Lavrov.

No entanto, ele ressaltou que a Rússia não deseja agravar a situação e busca “evitar qualquer mal-entendido” com Washington e seus aliados. “Enviaremos mensagens adicionais caso não tirem as conclusões necessárias”, alertou Lavrov.

Putin afirmou que o míssil Oreshnik atinge velocidades 10 vezes superiores à do som e não pode ser interceptado pelas defesas aéreas. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, classificou o ataque como “o último episódio da loucura russa” e solicitou sistemas de defesa aérea mais avançados para enfrentar a nova ameaça.

Comandantes militares da Rússia e EUA conversaram por telefone

O comandante do Estado-Maior da Rússia e seu homólogo dos Estados Unidos conversaram por telefone em 27 de novembro, anunciaram os dois países na quinta-feira, em um momento de agravamento da tensão entre Moscou e o Ocidente a respeito da Ucrânia.

“Em 27 de novembro, por iniciativa da parte russa, aconteceu uma conversa telefônica entre Valeri Guerasimov e Charles Brown”, informou o Ministério da Defesa russo em um comunicado.

“Foi a primeira vez que os dois líderes conversaram desde que o general Brown assumiu como chefe do Estado-Maior”, em outubro de 2023, confirmou um porta-voz do Estado-Maior americano, também em um comunicado.

Os dois discutiram uma série de questões relacionadas à segurança global e regional, em particular o conflito em curso na Ucrânia.

A ligação não havia sido divulgada até o momento “a pedido do general Guerasimov”, apontou o porta-voz.

O Ministério da Defesa russo afirmou que, “durante a conversa, a parte americana foi informada sobre a realização de exercícios (militares) no leste do Mediterrâneo” por parte do exército russo, segundo o comunicado do ministério.

A Rússia anunciou na terça-feira que organizou exercícios com mais de mil soldados e lançamentos de mísseis, incluindo o hipersônico Zirkon, no leste do Mediterrâneo, sem revelar a data.

O anúncio ocorreu no momento em que a Síria, sob a liderança de Bashar al-Assad, aliado da Rússia, perdia áreas de seu território para uma coalizão de rebeldes liderados por islamistas radicais.

Os dois comandantes do Estado-Maior também discutiram o lançamento, em 21 de novembro, de um míssil balístico hipersônico experimental por parte do exército russo sobre uma fábrica militar ucraniana, um armamento com capacidade de transportar uma carga nuclear, afirmou uma fonte americana.

Eles também falaram sobre o envio de milhares de soldados norte-coreanos para apoiar as forças russas contra o exército ucraniano, acrescentou a rede CNN.

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