Alta no preço do petróleo é tóxico para candidatura Bolsonaro
Economistas concordam que o preço do petróleo ameaça a inflação e a atividade em um ano em que a economia enfrenta desafios. Do lado da inflação, a desvalorização do dólar (que começou o ano valendo R$ 5,57 e fechou a semana em R$ 5,24) ameniza a alta do petróleo.
Segunda, 14 de Fevereiro de 2022 às 10:40, por: CdB
Economistas concordam que o preço do petróleo ameaça a inflação e a atividade em um ano em que a economia enfrenta desafios. Do lado da inflação, a desvalorização do dólar (que começou o ano valendo R$ 5,57 e fechou a semana em R$ 5,24) ameniza a alta do petróleo.
Por Redação - de São Paulo
Em ano de eleições presidenciais, no Brasil, o preço do petróleo torna-se a maior ameaça para a campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). O risco de que a commodity faça a inflação disparar, após um 2021 em que os consumidores já viram seu poder de compra reduzido, leva o governo e o Congresso a colocar propostas populistas e contraproducentes, na avaliação de analistas econômicos.
commodity O preço do barril de petróleo tende a subir, se a Opep reduzir o fluxo da nos próximos meses
Embora contrários às medidas, economistas concordam que o preço do petróleo ameaça a inflação e a atividade em um ano em que a economia enfrenta desafios. Do lado da inflação, a desvalorização do dólar (que começou o ano valendo R$ 5,57 e fechou a semana em R$ 5,24) ameniza a alta do petróleo. Mas a expectativa é de que, com a proximidade das eleições, esse efeito seja anulado - e a inflação suba ainda mais.
Poder de compra
— Vemos um cenário de incertezas à frente. O câmbio pode ficar entre R$ 5,50 e R$ 5,60 quando o mercado precificar que o próximo governo vai ter dificuldade fiscal. Aí, com o petróleo tateando os US$ 100, haverá mais um elemento de pressão. Com isso, provavelmente, vamos ver a Petrobras subindo o preço do combustível — disse Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, a jornalistas.
Economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória espera que, apesar da alta do petróleo, a inflação não deve repetir em 2022 uma trajetória como a do ano passado, quando alcançou 10%.
— Mesmo que o petróleo se aproxime de US$ 100, o impacto será menor se comparado ao da alta do barril de US$ 40 para US$ 80 — acredita. A economista, porém, reconhece que, para o consumidor, cujo poder de compra já se deteriorou em 2021, o efeito é considerável.