Os tribunais alemães barraram manifestações de negacionistas do coronavírus planejadas para este sábado nas cidades de Dresden e Stuttgart. Uma passeata em Kempten, na Baviera, sul da Alemanha, foi restrita por determinação judicial.
Por Redação, com DW - de Berlim
Os tribunais alemães barraram manifestações de negacionistas do coronavírus planejadas para este sábado nas cidades de Dresden e Stuttgart. Uma passeata em Kempten, na Baviera, sul da Alemanha, foi restrita por determinação judicial.
As manifestações foram convocadas pelo movimento Querdenken ("pensamento lateral"), que se opõe às atuais medidas restritivas contra o coronavírus na Alemanha.
O Tribunal Superior Administrativo da Saxônia justificou o veto à manifestação do grupo Querdenken em Dresden, leste do país, com o perigo gerado pela aglomeração tanto para participantes como para transeuntes, especialmente por causa da taxa de infecção local acima da média e da disseminação de variantes de vírus mais infecciosas.
Além disso, o tribunal disse que limitar o número de participantes não seria uma medida eficaz e que os organizadores não teriam como garantir distanciamento social e outras medidas de segurança.
Dresden também proibiu uma manifestação de partidários do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que deveria reunir 500 participantes.
Apesar das proibições, a polícia se preparou para reprimir manifestações que possam ocorrer, apesar da proibição.
O Tribunal Federal Constitucional alemão confirmou a proibição de um protesto planejado para ocorrer em Stuttgart, no sudoeste da Alemanha.
Em Kempten, a manifestação do Querdenker deveria reunir 8 mil pessoas neste sábado. Após a proibição das autoridades locais, um tribunal permitiu a reunião de somente 200 pessoas no evento, sob observância de regras de higiene e distanciamento. O fundador da iniciativa, Michael Ballweg, também anunciou sua participação no evento na cidade bávara.
O movimento Querdenker vem organizando vários protestos contra medidas restritivas nos últimos meses. Uma manifestação em Leipzig em novembro chegou a atrair mais de 20 mil pessoas.
Ministra da Justiça critica negacionistas
A ministra alemã da Justiça, Christine Lambrecht, pediu à polícia que adote uma linha dura contra as manifestações de negacionistas da pandemia, afirmando ser necessário se traçar uma "linha vermelha bem clara".
– Além da penalização criminal, as manifestações devem ser interrompidas pela polícia – disse ela, chamando o comportamento de alguns manifestantes de "absolutamente inaceitável".
– Não podemos esperar que as pessoas sejam tão restritivas em suas vidas privadas enquanto, ao mesmo tempo, outras estão desrespeitando todas as regras nas manifestações contra restrições do coronavírus – disse a Lambrecht.
Ela se referiu, entre outras coisas, a ameaças feitas por membros do movimento contra cientistas e políticos, e ataques violentos a jornalistas.
Em Berlim, uma caravana de adeptos do camping realizou uma carreata com cerca de 700 vans e trailers para pedir a reabertura das áreas de camping na Alemanha, fechados devido às restrições da pandemia.
Em dezembro passado, Berlim colocou uma parcela do movimento sob vigilância, depois que ele foi considerado "infiltrado por extremistas".
A Alemanha enfrenta uma terceira onda de coronavírus e está registrando um número maior de infecções diárias do que nos meses anteriores.
Neste sábado, as autoridades de saúde registraram 23.804 novas infecções e 219 mortes, enquanto a taxa de novas infecções por 100 mil habitantes no período de sete dias aumentou para 160,7.