Joseph Ratzinger foi alvo de uma denúncia em junho de 2022 por parte de uma vítima do padre pedófilo Peter Hullerman, transferido para a Arquidiocese de Munique e Freising em 1980, durante a gestão do religioso como arcebispo.
Por Redação, com ANSA - de Berlim
O processo legal contra o papa emérito Bento XVI por um suposto acobertamento de um padre pedófilo alemão continuará em andamento no Tribunal de Traunstein, na Baviera, mesmo com a morte do religioso, ocorrida no último sábado.
A informação foi confirmada à agência italiana de notícias ANSA pela porta-voz do órgão, Andrea Titz. "O procedimento seguira às expensas dos herdeiros", disse a representante, sem saber dizer quem seriam essas pessoas.
Joseph Ratzinger foi alvo de uma denúncia em junho de 2022 por parte de uma vítima do padre pedófilo Peter Hullerman, transferido para a Arquidiocese de Munique e Freising em 1980, durante a gestão do religioso como arcebispo. A transferência ocorreu após o sacerdote ter sido acusado de abusar de um menino de 11 anos.
Funções pastorais
Em Munique, Hullerman manteve suas funções pastorais e continuou cometendo abusos contra menores de idade, sendo condenado por seus crimes apenas em 1986, mas com pena suspensa.
Segundo o processo, Bento XVI tinha "conhecimento da situação e, no mínimo, não levou em consideração que esse sacerdote pudesse repetir seus crimes".
Ratzinger chegou a negar por escrito que sabia do histórico de crimes de Hullerman, mas depois retificou a declaração dizendo que participou de uma reunião em janeiro de 1980 que debateu o caso do padre.
Antes de morrer, o papa emérito havia anunciado que iria se defender na Justiça da acusação.
Um relatório recente da própria Arquidiocese estima ao menos 497 vítimas de violência sexual no âmbito da instituição entre os anos de 1945 e 2019, englobando inclusive o período em que Ratzinger era arcebispo (1977-1982).