Na primeira entrevista como filiado ao PSB, o ex-governador de SP disse que o ingresso na sigla socialista representa "mais um passo" na articulação para ser vice de Lula. Apesar disso, afirmou que essas conversas são "partidárias" e que ainda há outras etapas a serem cumpridas até formalizar a chapa que disputará o pleito presidencial.
Por Redação - de Brasília
Ex-governador paulista, o médico Geraldo Alckmin filiou-se, nesta quarta-feira, ao PSB após passar mais de 30 anos no PSDB, com a perspectiva de ser candidato a vice do ex-presidente Lula (PT) e afirmou que o petista representa a "esperança".
— Temos que ter os olhos abertos para enxergar, a humildade para entender que ele [Lula] é hoje o que melhor interpreta o sentimento de esperança do povo. Ele representa a própria democracia porque ele é fruto da democracia — disse o ex-tucano.
Além de fazer elogios ao ex-chefe do Executivo, Alckmin também lembrou as disputas eleitorais que teve com o petista.
— Alguns podem estranhar. Eu disputei com o presidente Lula a eleição em 2006 e fomos para o segundo turno, mas nunca colocamos em risco a questão democrática, nunca. O debate era de outro nível, nunca se questionou a democracia — confirmou.
Histórico
Na primeira entrevista como filiado ao PSB, o ex-governador de SP disse que o ingresso na sigla socialista representa "mais um passo" na articulação para ser vice de Lula. Apesar disso, afirmou que essas conversas são "partidárias" e que ainda há outras etapas a serem cumpridas até formalizar a chapa que disputará o pleito presidencial.
No discurso logo após assinar a ficha de filiação, Alckmin iniciou saudando os "companheiros e companheiras" e também fez citação específica a integrantes do PT. "Saúdo a presidente [do PT] deputada Gleisi Hoffmann, abraçando todos os deputados, senadores e lideranças do PT", disse.
O ex-governador paulista migrou ao PSB sem levar políticos de peso ao novo partido, mas com o trunfo de garantir à sigla a cadeira de vice na chapa do ex-presidente Lula (PT). No discurso, o ex-governador lembrou seu histórico no PSDB e mencionou que a "social-democracia e o socialismo têm "origem quase comum”.
Desafios
Ele também citou discurso em que Mário Covas, seu antecessor no governo de São Paulo, disse que, mesmo quando há divergências de ideias, o importante é ter "lealdade com o destino do país".
Ao celebrar a filiação de Alckmin, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que o partido precisa estar "à altura dos desafios do Brasil" e fazer a "luta entre a democracia e o arbítrio", em crítica à possibilidade de reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
— Precisamos alargar o espectro político — concluiu Siqueira.