Rio de Janeiro, 27 de Abril de 2025

'Ainda Estou Aqui', mais do que a estatueta, conquista os corações brasileiros

Adaptado do comovente livro de memórias de 2015 escrito por Marcelo Rubens Paiva, filho da protagonista Eunice Paiva, 'I Am Still Here' compartilha a história comovente de perda e resiliência da família diante da opressão.

Segunda, 03 de Março de 2025 às 17:26, por: CdB

Adaptado do comovente livro de memórias de 2015 escrito por Marcelo Rubens Paiva, filho da protagonista Eunice Paiva, ‘I Am Still Here‘ compartilha a história comovente de perda e resiliência da família diante da opressão.

Por Redação, com agências internacionais – de Los Angeles, CA- EUA

O filme brasileiro ‘Ainda Estou Aqui’, que tem como pano de fundo a ditadura militar e conta a história real de uma mãe de cinco filhos cujo marido desaparece, levado pelos militares, entrou para a história na noite passada ao render ao Brasil seu primeiro Oscar em uma categoria principal. Em seu discurso de agradecimento, o diretor Walter Salles dedicou o prêmio a uma mulher que decidiu ‘não se curvar e resistir’.

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Walter Salles produziu uma obra-prima do cinema brasileiro, em ‘Ainda Estou Aqui’

— Este prêmio vai para ela, Eunice Paiva, e vai para as duas mulheres extraordinárias que lhe deram vida, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro — disse.

Adaptado do comovente livro de memórias de 2015 escrito por Marcelo Rubens Paiva, filho da protagonista Eunice Paiva, ‘I Am Still Here‘ compartilha a história comovente de perda e resiliência da família diante da opressão.

 

Ditadura

A família Paiva foi uma das muitas vítimas do regime militar no Brasil, que durou 21 anos e foi estabelecido após um golpe de Estado das forças armadas em 1964. Durante esse período, milhares de pessoas foram detidas, torturadas e centenas desapareceram à força, sendo que muitas foram exiladas e perseguidas.

O último filme brasileiro a ser indicado pela Academia na categoria internacional foi ‘Central do Brasil’, em 1999, também dirigido por Salles.

Em 1960, a coprodução França, Itália e Brasil ‘Orfeu Negro’, com um elenco predominantemente brasileiro e direção francesa, venceu a categoria internacional, mas quem recebeu o prêmio foi a França.

 

Estatuetas

A cerimônia do Oscar coincidiu com o carnaval brasileiro e, quando a notícia da vitória se espalhou, as ruas explodiram de alegria. Milhares de foliões, muitos deles segurando estatuetas do Oscar ou vestidos como a indicada ao Oscar Fernanda Torres, comemoraram com música, dança e festividades.

Em Olinda, um dos tradicionais bonecos gigantes do carnaval, este ano representa Fernanda Torres, indicada ao Oscar de melhor atriz.

Logo depois do anúncio da vitória brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou suas contas nas redes sociais para comemorar o prêmio.

“Hoje é o dia de sentir ainda mais orgulho de ser brasileiro. Orgulho do nosso cinema, dos nossos artistas e, principalmente, orgulho da nossa democracia. O Oscar de Melhor Filme Internacional para Ainda Estou Aqui é o reconhecimento do trabalho de Walter Salles e toda equipe, de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, Selton Mello, do Marcelo Rubens Paiva e família e todos os envolvidos nessa extraordinária obra que mostrou ao Brasil e ao mundo a importância da luta contra o autoritarismo’, escreveu Lula.

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