Segundo Pimenta, o objetivo por trás dessa mobilização seria desgastar o governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o uso de militantes de esquerda, com uma retórica que mascara intenções perigosas.
Por Redação – de São Paulo
Presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta não poupou críticas ao movimento pelo fim da escala de trabalho 6×1. Em entrevista ao canal digital TV 247, o dirigente partidário classificou a iniciativa como “golpista” e alertou para possíveis implicações políticas negativas.
Segundo Pimenta, o objetivo por trás dessa mobilização seria desgastar o governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o uso de militantes de esquerda, com uma retórica que mascara intenções perigosas.
— O movimento 6×1 tem viés golpista. Já está parecendo revolução colorida — observou o líder do PCO.
Dilma Rousseff
Segundo ele, a movimentação lembra “as jornadas de junho de 2013″, que foram parte da desestabilização golpista contra a ex-presidente Dilma Rousseff.
O movimento em questão ganhou destaque com a proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que visa estabelecer uma jornada de trabalho de, no máximo, 36 horas semanais e quatro dias de trabalho por semana no Brasil.
O Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), responsável por mobilizar atos em diversas cidades e reunir quase 3 milhões de assinaturas em uma petição online, lidera a campanha a favor da mudança. Para Rui Costa Pimenta, porém, as intenções por trás do movimento vão além do discurso de defesa dos direitos dos trabalhadores.
— O governo Lula não é neoliberal. É preciso equilíbrio na avaliação — acrescentou.
Governo FHC
O militante de linha trotskista admitiu, no entanto, que algumas políticas econômicas têm traços neoliberais, mas atribuiu isso à “fraqueza política do governo”. Segundo o líder do PCO, as críticas de setores da esquerda devem ser ponderadas para evitar abrir espaço para “aventuras políticas” que possam enfraquecer ainda mais a administração atual.
— Se fosse o governo FHC, o dever da esquerda seria trabalhar para derrubá-lo. Mas o Fernando Haddad também não é neoliberal. Ele não é o Paulo Guedes — repara, fazendo uma distinção entre as abordagens de Haddad e o ex-ministro da Economia do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Rui Costa Pimenta também destacou que é necessário ter “muito cuidado com esse movimento 6×1”, que, segundo ele, pode acabar “reduzindo salários dos trabalhadores e fazendo o jogo dos patrões”. E comparou a iniciativa às tentativas de desestabilização ocorridas em 2013, que, segundo ele, serviram para promover setores da esquerda às custas do PT.
— O que se faz agora é o mesmo movimento — concluiu.