A omissão dos dados coloca em risco o acordo firmado por Cid, o que pode levar o tenente-coronel a perder os benefícios negociados e voltar para a prisão em regime fechado.
Por Redação – de Brasília
Foi confirmado neste domingo pela Polícia Federal (PF) o novo depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Em prisão domiciliar desde maio deste ano, Cid será ouvido na sede da PF na próxima terça-feira, às 14h.
A nova convocação ocorre após a descoberta de que o militar apagou dados de computadores apreendidos durante as investigações policiais. As mensagens apagadas trazem mais detalhes sobre o golpe fracassado em 8 de Janeiro, com o objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A omissão dos dados coloca em risco o acordo firmado por Cid, o que pode levar o tenente-coronel a perder os benefícios negociados e voltar para a prisão em regime fechado. A delação premiada prevê que o delator diga tudo o que sabe sobre os supostos crimes que praticou ou tomou conhecimento. No entanto, a descoberta de dados apagados não invalida o que Cid já revelou até agora para o inquérito.
Informações
Advogados do tenente-coronel disseram que todas as perguntas feitas até aqui foram respondidas e se algo ficou sem resposta foi por esquecimento. A defesa de Cid também argumentou que é comum que surjam novas informações e questionamentos.
Mauro Cid foi ajudante de ordens e uma espécie de ‘faz tudo’ do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), enquanto ocupou o Palácio do Planalto. Por isso, é considerado peça-chave em várias investigações que envolvem o ex-presidente.
Além da tentativa de golpe, Cid participou da venda ilegal de joias sauditas que Bolsonaro ganhou quando era presidente e da falsificação de atestados de vacina contra a covid-19 para a família Bolsonaro.