Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

WikiLeaks diz que Assange está sendo espionado na embaixada do Equador

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Quarta, 10 de Abril de 2019 às 08:21, por: CdB

As relações de Assange com seus anfitriões esfriaram desde que o Equador o acusou de vazar informações sobre a vida pessoal do presidente Lenín Moreno. Moreno disse que Assange violou os termos de seu asilo.

Por Redação, com Reuters - de Londres/Washington

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, tem sido alvo de uma operação de espionagem sofisticada na embaixada do Equador em Londres, onde está abrigado desde 2012, disse o grupo nesta quarta-feira.
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Fundador do WikiLeaks, Julian Assange, na sacada da embaixada do Equador em Londres
– O WikiLeaks descobriu uma operação de espionagem ampla contra Julian Assange dentro da embaixada equatoriana – disse Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks, acrescentando que o “despejo” de Assange da embaixada pode ocorrer a qualquer momento. Hrafnsson não apresentou provas de suas alegações de imediato, e à agência inglesa de notícias Reuters não conseguiu verificá-las de forma independente. As relações de Assange com seus anfitriões esfriaram desde que o Equador o acusou de vazar informações sobre a vida pessoal do presidente Lenín Moreno. Moreno disse que Assange violou os termos de seu asilo. Para alguns, Assange é um herói por ter exposto o que apoiadores retratam como casos de abuso de poder de vários governos e por defender a liberdade de expressão. Para outros, ele é um rebelde perigoso que minou a segurança dos Estados Unidos. – Sabemos que houve um pedido para entregar o registro de visitantes da embaixada e gravações de vídeo de dentro das câmeras de segurança da embaixada – disse Hrafnsson a repórteres, acrescentando que supôs que as informações foram entregues ao governo do presidente dos EUA, Donald Trump. Assange se refugiou na embaixada para evitar ser extraditado à Suécia, cujas autoridades queriam interrogá-lo devido a uma investigação de agressão sexual. Mais tarde a investigação foi encerrada, mas o WikiLeaks teme que os EUA queiram processá-lo. O WikiLeaks irritou Washington ao publicar centenas de milhares de comunicações diplomáticas secretas dos EUA que expuseram avaliações muitas vezes altamente críticas de líderes mundiais, do presidente russo, Vladimir Putin, a membros da família real saudita. Assange rendeu manchetes internacionais em 2010, quando o WikiLeaks publicou um vídeo militar norte-americano confidencial que mostra um ataque de helicópteros Apache que matou uma dúzia de pessoas em Bagdá, inclusive dois membros da reportagem da Reuters, em 2007. Mais tarde naquele ano, o grupo divulgou mais de 90 mil documentos secretos que detalhavam a campanha militar dos EUA no Afeganistão, seguidos por quase 400 mil relatórios militares internos dos EUA detalhando operações no Iraque. Depois vieram mais de 250 mil cabos confidenciais de embaixadas norte-americanas, e mais tarde quase 3 milhões datados de 1973.

Projeto de lei nos EUA

Os senadores norte-americanos Mark Warner, um democrata, e Deb Fischer, uma republicana, estão apresentando um projeto de lei na terça-feira para proibir as grandes empresas digitais como o Facebook e o Twitter de confundir os consumidores para fazer coisas que de outra forma não o fariam. O projeto também proibiria que plataformas online com mais de 100 milhões de usuários ativos mensais criassem jogos viciantes ou outros sites para crianças menores de 13 anos. O projeto de lei visa os “padrões escuros” (dark patterns) desenvolvidos usando a psicologia comportamental, que induz as pessoas a fornecer dados pessoais a empresas, ou induz a fazer algo que não fariam. Um site destinado a rastrear “padrões escuros” identifica comportamentos como um site ou aplicativo que mostram que um usuário tem novas notificações quando não o tem. – Nosso objetivo é simples: trazer um pouco de transparência no que continua sendo um mercado muito obscuro e garantir que os consumidores possam fazer escolhas mais informadas sobre como e quando compartilhar suas informações pessoais – disse Warner, vice-presidente do Comitê de Seleção do Senado sobre Inteligência, em uma declaração. O projeto impediria as empresas de escolher grupos de pessoas para experiências comportamentais, a menos que as empresas obtenham consentimento. Sob os termos da proposta, as empresas de mídia social criariam um corpo de padrões profissionais para criar as melhores práticas para lidar com o problema. A Comissão Federal de Comércio, que investiga propaganda enganosa, trabalharia com o grupo.
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