Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

UNE quer construir agenda com reivindicações ao governo federal

Arquivado em:
Terça, 07 de Fevereiro de 2023 às 11:15, por: CdB

O período de seis meses até a próxima atividade nacional marcará a construção de uma agenda intensa de formulação das linguagens artísticas para que os estudantes possam descobrir, organizar e sistematizar as reivindicações para o governo federal, tanto para a cultura, como para a educação e o meio ambiente.

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro

Estudantes terão agenda intensa com linguagens artísticas no próximo Circuito Universitário de Cultura e Arte (Cuca) da União Nacional dos Estudantes (UNE). A estratégia foi definida, no domingo, no Rio de Janeiro, em seminário na Fundição Progresso. O encontro ocorreu dentro da 13º Bienal da UNE – Festival dos Estudantes, encerrada hoje, na capital fluminense.

une.jpeg
Bateria da Mangueira anima público no último dia da Bienal da UNE, no Rio de Janeiro

Em entrevista à Agência Brasil, a coordenadora do Cuca/UNE, Paola Soccas, destacou que o momento é superimportante para a UNE porque apresenta o circuito universitário de cultura e arte da entidade para o movimento estudantil. Nesta edição da Bienal, havia uma quantidade maior de estudantes que não conheciam o Cuca, explicou. “A gente fez um esforço bem grande de trazer os ex-coordenadores nacionais e de produzir materiais para que os estados possam voltar agora munidos das ferramentas para eles poderem discutir e formular quais serão os próximos caminhos.” O período de seis meses até a próxima atividade nacional marcará a construção de uma agenda intensa de formulação das linguagens artísticas para que os estudantes possam descobrir, organizar e sistematizar as reivindicações para o governo federal, tanto para a cultura, como para a educação e o meio ambiente. Na tarde de domingo, encerrando os trabalhos da Bienal, saiu da Fundição Progresso a tradicional “Culturata”, espécie de cortejo com bloco de carnaval. Participaram a Escola de Samba da Mangueira, Orquestra Voadora, Bloco Céu na Terra. O cortejo saiu dos Arcos da Lapa e seguiu até a Cinelândia. “Vai ser a parte mais bonita da Bienal. É quando os estudantes colocam o bloco na rua e ocupam a cidade que recebeu o evento”, comentou Paola. 

UNE discute estratégias de comunicação contra extrema-direita

A disputa política que visa barrar a extrema-direita no país passa pela comunicação e as redes sociais. Essa foi a conclusão de especialistas, durante a 13ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), no último sábado, no Rio de Janeiro. O encontro foi realizado no prédio da Fundição Progresso, nos Arcos da Lapa.

– A disputa que está em curso é a de narrativas. Infelizmente, a nossa democracia corre riscos, sim. E a gente precisa, para enfrentar esse debate, entender isso – argumentou o deputado federal André Janones (Avante-MG).

O deputado acrescentou que "nada é mais essencial do que a comunicação, que é um tema transversal, que trabalha e toca nas emoções das pessoas". "Os nossos estudantes estão antenados para isso. É a juventude, também através das redes sociais, que vai fortalecer a comunicação para a gente vencer essa batalha”, acrescentou o deputado.

Visão semelhante tem a jornalista e pesquisadora em comunicação Renata Mielli, ex-coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Para ela, a derrota do bolsonarismo nas urnas não significa o fim do extremismo político.

– No dia 30 de outubro, a gente derrotou o Bolsonaro, mas nós não derrotamos a extrema-direita no Brasil. E qualquer discussão que a gente tenha que fazer hoje sobre comunicação, economia ou infraestrutura, tem que partir desta realidade. É neste conceito que a gente tem que entender o debate da comunicação hoje. Porque nós não derrotamos uma extrema-direita que tomou conta dos corações e mentes de uma grande parcela da população do nosso país – advertiu Renata.

Segundo Renata Mielli, é necessário investimento no sistema público de comunicação: “Garantir a complementariedade do sistema público, privado e estatal, previsto na Constituição. Fortalecer a Empresa Brasil de Comunicação. Precisamos fortalecer a comunicação pública em nosso país. Fortalecer as rádios comunitárias, a mídia alternativa. A comunicação é um direito”.

Infraestrutura

Para o historiador e youtuber Jones Manoel, que também participou do debate, é preciso pensar e investir em um sistema de informática e comunicação nacional, que torne o país independente dos grandes conglomerados digitais estrangeiros, que atualmente decidem e modulam, por algoritmos próprios, o discurso nas redes.

– Um programa de comunicação em que a infraestrutura técnica, o processamento e a posse dos dados fiquem no Brasil, a partir de um controle democrático com protagonismo de empresas públicas – defendeu.

Ele acrescentou que o acesso à internet gera informações que são processadas por empresas estrangeiras. "Toda vez que a gente acessa a Internet, está produzindo bilhões de dados, sobre gostos, tendências comerciais e políticas. Isso não pode ser processado por empresas estrangeiras, à serviço de outros governos”, disse Jones.

Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo