Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Um barco no Sena ganhou o Urso de Ouro

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Sábado, 25 de Fevereiro de 2023 às 16:31, por: Rui Martins

O Festival Internacional de Cinema de Berlim marcou mais uma vez sua força ao escolher um documentário sobre um tipo de tratamento de distúrbios psiquiátricos, que afetam um grande número de pessoas, aplicado de maneira quase espontânea, filmado sem qualquer intenção de ensinar qual a terapia aplicada, num local sui generis: no espaço contido dentro de um barco amarrado no cais do rio Sena.


Por Rui Martins, de Berlim

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Uma clínica psiquiátrica flutuante e livre no centro de Paris


Uma clínica flutuante e livre no centro de Paris

Nenhum dos filmes românticos tipo fotonovela ganhou!

O Urso de Ouro do Festival Internacional de Cinema de Berlim foi para um documentário filmado num barco atracado à margem do rio Sena, em Paris, onde funciona, durante o dia, uma clínica psiquiátrica para pacientes com um passado de distúrbios mentais. O nome do barco é Adamant, o título do filme é sutil, sugere o que se passa ou se faz flutuando sobre o Sena - No Adamant.

Ninguém dorme nesse barco ou peniche, os pacientes chegam pela manhã e definem com os orientadores qual será a atividade de cada um durante o dia, seja musical, teatral, de pintura, expressão corporal ou outra. Tudo num clima de liberdade, sem medicamentos tendo em vista um retorno possível à vida dentro da sociedade.

Esse barco, cuja manutenção funciona com apoio da prefeitura parisiense, mostra uma outra forma de tratamento desvinculado de clínicas psiquiátricas privadas.

Com exibição programada perto do final do Festival, alguns críticos devem ter subestimado a importância do filme por ser documentário sobre problemas mentais, pois a sala de projeção estava menos cheia que  nos dias anteriores.
Mas o tema era importante, porque seu diretor, o francês Nicolas Philibert, já havia feito, há vinte anos um filme emblemático, O Ser e o Saber.

Urso de Prata para as donas de um hotel

O filme dirigido pelo português João Canijo, Mal Viver, conta o clima tenso entre as cinco mulheres, mãe e filhas, que dirigem um hotel perto da praia portuguesa de Ofir.
O filme se complementa com outro também de discussões, ofensas e clima tenso, entre famílias de hóspedes no mesmo hotel, e tem por título Viver Mal, mostrando as insuportáveis relações entre casais e a maléfica influência materna.

Um prêmio de marionete

Ninguém  entendeu o prêmio de melhor diretor para o francês Philippe Garrel, dirigindo o filme Le Grand Chariot, um teatro de marionetes com suas filhas como atrizes. O filme não constava de nenhuma das previsões de prêmios feitas por críticos, por ser um dos piores filmes exibidos no Festival. Roteiro fraco e mal interpretado foi uma má surpresa ver seu diretor premiado.

Houve um prêmio para um filme brasileiro

O curta-metragem Infantaria, de Laís Santos Araújo, ganhou  como o melhor filme da mostra Generation 14Plus.

Por Rui Martins, no Festival Internacional de Cinema de Berlim.

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