Rio de Janeiro, 18 de Março de 2025

Ucrânia emite alerta aéreo por mísseis lançados na direção de Kiev

O novo bombardeio russo contra a capital ucraniana ocorre no dia seguinte ao aniversário de três anos da guerra. As autoridades informaram que uma mulher de 44 anos ficou ferida em um ataque no distrito de Obukhiv.

Terça, 25 de Fevereiro de 2025 às 11:34, por: CdB

O novo bombardeio russo contra a capital ucraniana ocorre no dia seguinte ao aniversário de três anos da guerra. As autoridades informaram que uma mulher de 44 anos ficou ferida em um ataque no distrito de Obukhiv.

Por Redação, com CartaCapital – de Kiev

Um alerta aéreo foi emitido na manhã de terça-feira para grande parte da Ucrânia devido à presença de mísseis de cruzeiro lançados pela Rússia em direção a Kiev, informaram as autoridades.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, perdeu seu principal financiador, os EUA, após o retorno de Trump à Casa Branca

“O alerta aéreo prossegue. Permaneçam nos abrigos até que o perigo passe”, anunciou no Telegram o comando militar da região de Kiev.

As autoridades informaram que uma mulher de 44 anos ficou ferida em um ataque no distrito de Obukhiv, onde uma casa e outros imóveis foram parcialmente destruídos.

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O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que interceptou e destruiu 19 drones ucranianos durante a noite.

Os combates acontecem um dia após o terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, que provocou milhares de mortes nos dois países.

A invasão russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022 sob a ordem do presidente Vladimir Putin, provocou a pior catástrofe na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, causando dezenas de milhares de mortos, milhões de refugiados e a destruição de cidades inteiras.

Negociações de paz

A Rússia, que ocupa 20% do território ucraniano, afirmou que está disposta a negociar sobre a guerra, mas que só deixará de combater quando um acordo de paz lhe for “conveniente”, acusando a Europa de querer prolongar as hostilidades.

Moscou exige, principalmente, que Kiev ceda cinco províncias total ou parcialmente ocupadas e que renuncie a ingressar na Otan.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por sua vez, exortou o país a “conquistar a paz por meio da força, da sabedoria e da unidade”.

– Este ano deve ser o do início de uma paz real e duradoura – declarou Zelensky em uma cúpula em Kiev com cerca de vinte líderes estrangeiros, entre eles a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez.

Ele, inicialmente, negava ceder qualquer parte de seu território para a Rússia com o objetivo de alcançar a paz. A chegada de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, no entanto, elevou a pressão contra Zelensky, que pode ter que fechar um acordo desfavorável para seu país.

O efeito Trump

O presidente Donald Trump alinhou-se com a postura russa, responsabilizando a Ucrânia pelo início do conflito em 24 de fevereiro de 2022 e iniciou diálogos com Moscou sem a participação ucraniana ou europeia.

Além disso, Trump insiste em recuperar o valor da ajuda fornecida a Kiev desde o início do conflito por meio do acesso a recursos minerais ucranianos.

Kiev afirmou nesta segunda-feira que está nas “fases finais” de um acordo com Washington sobre a exploração dos metais raros.

Rússia

A Rússia, por sua vez, não escondeu aa satisfação desde que Trump rompeu o isolamento ocidental de Putin e abriu negociações bilaterais.

Sinal dessa mudança radical de posição, os Estados Unidos propuseram nesta segunda-feira à Assembleia Geral da ONU um projeto de resolução que exige o fim da guerra na Ucrânia, mas sem mencionar sua integridade territorial.

A Assembleia Geral reafirmou, apesar disso, seu apoio à integridade territorial da Ucrânia, com 93 votos a favor, 18 contra, incluindo os Estados Unidos, e 65 abstenções.

Os aliados europeus de Kiev tentam se mobilizar diante da mudança de postura dos EUA. O presidente francês, Emmanuel Macron, reuniu-se nesta segunda-feira em Washington com Trump para defender a causa da Ucrânia, poucos dias antes de o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, fazer o mesmo.

Após o encontro, Macron elogiou no X a “coragem” da Ucrânia diante do “agressor” russo. Ele concordou, porém, com a ideia do republicano de encerrar o conflito o mais breve possível.

Londres anunciou nesta segunda-feira mais de uma centena de novas sanções contra pessoas e entidades na Rússia e em outros países, como China e Coreia do Norte, acusadas de “apoiar a invasão”.

Os países nórdicos e bálticos, cujos líderes participaram da cúpula em Kiev, comprometeram-se a aumentar a ajuda militar à Ucrânia. A ação é uma resposta ao freio imposto por Trump nos recursos encaminhados pelo seu país para a guerra europeia.

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