Amparada por dezenas de milhares de reservistas, a Rússia tem intensificado ataques terrestres no sul e no leste da Ucrânia à medida que se aproxima o primeiro aniversário do início da guerra em 24 de fevereiro.
Por Redação, com Reuters - de Kiev
As forças russas intensificaram ataques ao longo das linhas de frente no leste da Ucrânia nesta sexta-feira, dia em que políticos e líderes militares de todo o mundo vão se reunir na Alemanha para uma conferência de segurança.
Amparada por dezenas de milhares de reservistas, a Rússia tem intensificado ataques terrestres no sul e no leste da Ucrânia à medida que se aproxima o primeiro aniversário do início da guerra em 24 de fevereiro.
Uma grande nova ofensiva russa parece estar tomando forma e o governador da região de Luhansk, no leste da Ucrânia, relatou um aumento significativo nos ataques russos nesta sexta-feira ao longo das linhas de frente.
– Hoje está bastante difícil em todas as direções porque o número de ataques aumentou significativamente, o bombardeio também aumentou muito, mesmo com a força aérea – disse o governador, Serhiy Haidai, a uma emissora de televisão ucraniana.
– Há tentativas constantes de romper nossas linhas de defesa – afirmou ele sobre os combates perto da cidade de Kreminna.
Rússia lançou mísseis na Ucrânia
A Rússia lançou mísseis na Ucrânia na quinta-feira e atingiu sua maior refinaria de petróleo. Dos cerca de 36 mísseis que a Rússia disparou, cerca de 16 foram abatidos, disse a força aérea ucraniana, uma taxa menor do que o habitual.
Não houve declaração por parte da Rússia sobre os últimos combates ou ataques com mísseis, e a Reuters não pôde confirmar de forma independente os relatos do campo de batalha.
A Ucrânia disse que o ataque de quinta-feira incluiu mísseis que suas defesas aéreas não podem abater, o que aumentará a urgência de seus apelos por mais apoio militar ocidental.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, e a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, estão entre as muitas autoridades de alto escalão presentes na Conferência de Segurança de Munique.
A reunião do ano passado aconteceu dias antes do início da guerra. Enquanto as tropas russas se concentravam nas fronteiras da Ucrânia, os líderes ocidentais em Munique exigiram que o presidente russo, Vladimir Putin, não invadisse e fizeram advertências sobre consequências se Moscou avançasse sobre o território vizinho.
Líderes enfrentarão as consequências
Este ano, os líderes enfrentarão as consequências da decisão de Putin de ignorar os alertas. A guerra na Ucrânia é a mais devastadora na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Os líderes russos não participarão da conferência, que vai até domingo, mas espera-se que autoridades ucranianas discursem.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse em vídeo à noite que sua prioridade é conter os ataques russos e se preparar para uma eventual contraofensiva ucraniana.
– Manter a situação no front e preparar-se para quaisquer passos de escalada do inimigo, essa é a prioridade para o futuro próximo – declarou ele.
Autoridades dos Estados Unidos aconselharam a Ucrânia a adiar qualquer contraofensiva até que o mais recente suprimento de armamentos norte-americanos esteja disponível e o treinamento seja fornecido.