Rio de Janeiro, 08 de Novembro de 2025

Taxa de desemprego é a menor da série histórica, mas em desaceleração

A taxa de desemprego no Brasil encerra o terceiro trimestre em 5,6%, a menor da série histórica, mas sinais de desaceleração começam a aparecer.

Sexta, 31 de Outubro de 2025 às 20:03, por: CdB

O resultado divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra queda em relação aos 5,8% do segundo trimestre.

Por Redação, com Reuters – do Rio de Janeiro

A taxa de desemprego no Brasil encerrou o terceiro trimestre em 5,6%, repetindo a menor taxa da série histórica do IBGE e com o menor contingente de pessoas sem trabalho, mostrando que o mercado de trabalho permanece aquecido e resiliente. Analistas ouvidos pela agência inglesa de notícias Reuters, no entanto, avaliam que pode estar começando a mostrar sinais de desaceleração.

Taxa de desemprego é a menor da série histórica, mas em desaceleração | O número de jovens desempregados tem diminuído, segundo pesquisa do IBGE
O número de jovens desempregados tem diminuído, segundo pesquisa do IBGE

O resultado divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra queda em relação aos 5,8% do segundo trimestre. No mesmo período do ano anterior a taxa de desemprego era de 6,4%. Mas a taxa repetiu a leitura dos três meses encerrados em julho e do trimestre até agosto, e ficou um pouco acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 5,5%.

— O fato de a taxa estar em 5,6% pela terceira vez não dá para dizer que é um piso, até porque há movimentos de mercado e ainda tem sazonalidade de mais contratações para atender a demanda de fim de ano — afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.

 

Pico

No entanto, André Valério, economista sênior do Inter, ressalta que os três meses seguidos com a mesma taxa de desemprego podem indicar sim um pico.

— O cenário ainda é de um mercado de trabalho bastante robusto. (Mas) há indícios de que possamos estar próximos a um ponto de virada no mercado de trabalho. A estabilidade pelo terceiro mês consecutivo na taxa de desocupação sugere pico no indicador — avaliou Valério.

O mercado de trabalho brasileiro vem mostrando força, o que ajuda a amenizar a desaceleração econômica e mitigar os efeitos dos juros elevados, o que representa um desafio para o Banco Central (BC) uma vez que ajuda a sustentar o consumo e dificulta o controle da inflação.

— Olhando à frente, com base nos dados recentes e na natureza cíclica do mercado de trabalho, esperamos que o aquecimento persista por um período prolongado, ainda que em meio a um processo gradual de desaceleração — disse Igor Cadilhac, economista do PicPay.

 

Comparação

Depois de manter a taxa básica de juros em 15%, o BC afirmou que entrou agora em um novo estágio da política monetária que prevê a Selic inalterada por longo período para buscar a meta de inflação.

No terceiro trimestre, o número de desempregados caiu 3,3% em relação aos três meses anteriores, chegando a 6,045 milhões, o que representa ainda uma queda de 11,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Foi o menor contingente desde o início da pesquisa, em 2012.

Já o total de ocupados aumentou 0,1% na comparação trimestral e 1,4% na anual, atingindo 102,433 milhões, ainda em patamar recorde.

— O nível da ocupação em patamares elevados nos últimos meses indica a sustentabilidade da retração do desemprego ao longo de 2025. Ainda continuamos com queda nos desocupados e isso tem a ver com abertura de vagas e postos no país. A sustentabilidade da abertura de vagas é garantida por diversas atividades econômicas — resumiu Beringuy.

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