Logo após o acidente, ao menos menos 292 corpos foram encontrados e os feridos levados para vários hospitais na região. As equipes de resgate continuavam a tentar acesso aos vagões destruídos à procura de passageiros que tenham ficado presos.
Por Redação, com agências internacionais - de Nova Delhi
A colisão entre dois trens ocorrida na véspera, entre as cidades indianas de Calcutá e Chennai, deixou mais de 300 mortos e o número tende a subir, uma vez que há ainda cerca de 900 feridos, muitos em estado gravíssimo. Trata-se do pior acidente ferroviário da Índia nos últimos 20 anos. Um comboio de passageiros descarrilou e colidiu com outro que transportava mercadorias e trafegava em sentido contrário.
Logo após o acidente, ao menos menos 292 corpos foram encontrados e os feridos levados para vários hospitais na região. As equipes de resgate continuavam a tentar acesso aos vagões destruídos à procura de passageiros que tenham ficado presos. De acordo com Sudhanshu Sarangi, oficial do Corpo de Bombeiros, as possibilidades de encontrar sobreviventes são reduzidas.
— Por volta das 22h locais (de sexta-feira), conseguimos resgatar os sobreviventes. Depois disso, tratou-se de recolher os cadáveres. Isto é muito, muito trágico. Nunca vi nada assim na minha carreira — acrescentou o oficial.
Metal retorcido
O acidente, de acordo com relatos de agências internacionais de notícias, ocorreu às 19h20 (hora local), perto de uma estação na localidade de Bahanaga, a 1,6 mil quilômetros a nordeste da capital, Nova Delhi. Imagens transmitidas pelas estações de televisão mostravam vagões completamente destruídos e amontoados de metal retorcido, no local da tragédia.
Dez a 12 vagões de um comboio descarrilaram e os destroços de alguns dos vagões caíram em um trilho próximo, explicou o porta-voz da Indian Railways, Amitabh Sharma. Esses destroços foram, por sua vez, atingidos por outro comboio de passageiros, que seguia na direção oposta.
A agência indiana de notícias Press Trust of India adiantou que um terceiro comboio de carga estaria envolvido no acidente, mas as autoridades do país ainda não confirmaram a informação. De acordo com as autoridades, 1,2 mil socorristas trabalharam durante toda a noite, apoiados por 115 ambulâncias, 50 ônibus e 45 unidades médicas móveis.
‘Angustiado’
Um dos sobreviventes disse aos jornalistas que estava dormindo quando ocorreu o desastre e que, quando acordou, estava por cima de uma dúzia de outros passageiros. Nas redes sociais, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse que está "angustiado" com a tragédia. Por sua vez, o ministro das Ferrovias, Ashwini Vaishnaw, destacou que a Força Aérea está mobilizada.
A Índia registrou, no passado, outros desastres ferroviários, embora a segurança tenha melhorado significativamente nos últimos anos, graças a novos investimentos maciços e atualizações tecnológicas.
O país tem a quarta maior rede ferroviária do mundo, depois dos Estados Unidos, da Rússia e da China, com cerca de 68 mil quilômetros, mais de 21 mil comboios e 7.349 estações, transportando diariamente 23 milhões de passageiros.
Comboio
O acidente ferroviário mais mortal na Índia ocorreu em 6 de junho de 1981 quando, no Estado de Bihar (leste do país), sete vagões de um comboio que atravessava uma ponte caíram em um rio, o que causou entre 800 e 1 mil mortos.
O acidente de sexta-feira é o pior ocorrido em ferrovias indianas desde que um comboio abalroou fiéis reunidos em um festival hindu no estado de Punjab, no norte, em 19 de outubro de 2018, resultando em 60 mortos e 90 feridos.
Desde o início do século, 13 acidentes ferroviários, incluindo pelo menos três causados por ataques, fizeram, cada um, mais de 50 mortes.