Desde a sua independência do Sudão em 2011, o país mais jovem do mundo vive crise econômica e política crônica e tem lutado para se recuperar da guerra civil, que deixou quase 400 mil mortos e 4 milhões de deslocados entre 2013 e 2018.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Nova York
Mais de 70% da população do Sudão do Sul deve enfrentar este ano fome extrema devido aos conflitos, calamidades climáticas e inflação, que provocaram a pior crise alimentar da história, advertiu nesta sexta-feira o Programa Alimentar Mundial (PAM).
"Embora a atenção global continue centrada na Ucrânia, uma emergência alimentar oculta envolve o Sudão do Sul, com cerca de 8,3 milhões de pessoas - incluindo refugiados - a enfrentar fome extrema nos próximos meses", disse o PAM em comunicado. Desde a sua independência do Sudão em 2011, o país mais jovem do mundo vive crise econômica e política crônica e tem lutado para se recuperar da guerra civil, que deixou quase 400 mil mortos e 4 milhões de deslocados entre 2013 e 2018. As calamidades climáticas (seca, inundações) e a persistente violência política e étnica forçaram o êxodo de dezenas de milhares de sudaneses do Sul que "poderiam morrer de fome sem ajuda alimentar", afirmou a agência da ONU. – A escala e a gravidade dessa crise é perturbadora. Vemos que as pessoas esgotaram todas suas opções para fazer face às despesas e agora não têm nada – disse Adeyinka Badejo, diretora adjunta do PAM para o país. O alerta humanitário chega semanas depois de as Nações Unidas terem advertido para risco real de volta ao conflito no país.