Dodô Brandão lembrou que o bloco teve início entre amigos. Eram jornalistas, economistas, engenheiros e médicos, “todo mundo saindo da faculdade, e o Brasil mudando também”.
Por Redação, com BdF - do Rio de Janeiro
O bloco Simpatia é Quase Amor nasceu em 1984, durante a campanha pelas volta das eleições diretas no país e, desde então, vem angariando milhares de foliões a cada carnaval. Com as cores amarelo e lilás, que dominam a camiseta deste ano, o bloco desfila neste domingo de carnaval festejando seus 40 anos na Praia de Ipanema. Desde sua criação, o Simpatia é Quase Amor levanta bandeiras políticas.
— Democracia é a nossa palavra-chave. Democracia sempre! — afirmou Dodô Brandão, diretor do bloco.
Consenso
O Simpatia começou pequeno, mas agora reúne cerca de 350 mil foliões.
— A gente não consegue contar mais. Quem conta é a Polícia Militar. Aí a gente sabe quantas pessoas foram. Eu subo no caminhão, olho e não consigo ver o final do bloco — acrescentou.
Dodô Brandão lembrou que o bloco teve início entre amigos. Eram jornalistas, economistas, engenheiros e médicos, “todo mundo saindo da faculdade, e o Brasil mudando também”.
— Tinha uma certa ânsia de ir para a rua. A turma pensou como poderia ganhar a rua. A solução de consenso foi: ‘vamos fazer um bloco. Vamos ganhar a rua. Era Diretas Já, os anistiados tinham voltado para o Brasil, e estava aquela onda de redemocratização. O bloco foi nessa onda. Alguém deu a ideia do nome, que é um personagem do Aldir Blanc. Convidamos o Aldir, que é o patrono do bloco, e aí a coisa começou — lembrou.
‘Nem doeu’
No carnaval deste ano, o bloco saiu com dois carros de som. O carro extra é para receber as pessoas que já colaboraram com a agremiação, entre os quais autores dos desenhos das camisetas e compositores dos sambas.
— É para receber as pessoas que estiverem no Rio, dispostas a comemorar os 40 anos com a gente. Todo mundo que já colaborou. Este ano, o homenageado somos nós mesmos — pontuou Dodô.
A jogadora de vôlei Isabel Salgado foi a primeira musa do bloco e reinou durante alguns anos. O humorista Bussunda foi o Rei Momo.
— Assim foi indo, as pessoas foram chegando. Muitos de nós somos filhos da Banda de Ipanema. Albino (Pinheiro) é o padrinho do bloco, que tem Dona Zica, da Portela, como madrinha. Aí, foi juntando gente. Hoje é essa coisa imensa. Passou rápido, mas nem doeu — brincou.