De acordo com uma notificação emitida pelo Bundesamt für Verfassungsschutz (Escritório Federal para a Proteção da Constituição, na tradução), a liderança chinesa intensificou significativamente seus esforços para obter informações de inteligência nos últimos anos.
Por Redação, com Sputniknews - de Berlim
O setor de contraespionagem alemã alertou funcionários públicos e formuladores de políticas de segurança que a China tem aumentado sua atividade de espionagem no país. Entretanto, chefe da maior fornecedora de autopeças da Europa acha preocupação excessiva.
De acordo com uma notificação emitida pelo Bundesamt für Verfassungsschutz (Escritório Federal para a Proteção da Constituição, na tradução), a liderança chinesa intensificou significativamente seus esforços para obter informações de inteligência nos últimos anos e "construiu uma rede mundial de contatos e está constantemente se esforçando para expandi-la”.
A instituição também disse que o Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista da China (IDCPC, na sigla em inglês) desempenhou um papel central nas ações de espionagem e pediu às autoridades alemãs que fiquem vigilantes em suas interações com seus representantes.
Dependência
"Tenha cautela e moderação especiais" ao entrar em contato com o IDCPC ou seus membros, disse a nota, enfatizando que deve-se evitar qualquer ação que possa ser interpretada como cooperação com um serviço secreto estrangeiro sob a lei alemã.
O governo de Olaf Scholz está tentando reduzir a dependência do país de Pequim como um importante parceiro comercial e está pressionando as maiores empresas da Alemanha a garantirem que seus riscos na China sejam administráveis como parte de esforços mais amplos para restabelecer as relações com o governo chinês.
Ao mesmo tempo, o chefe da indústria alemã Bosch, Stefan Hartung, pediu aos governos europeus que gastem mais tempo melhorando a competitividade da União Europeia, em vez de se concentrar nos riscos que as empresas enfrentam ao fazer negócios na China, segundo o diário britânico The Financial Times (FT).
— Em várias áreas, você encontra barreiras entre países e relações de importação e exportação que (…) às vezes são piores do que (fazer negócios) fora da Europa — acrescentou o executivo.
Isolamento
Segundo o diário, ao ser questionado sobre a "redução de riscos" da China, Hartung respondeu:
— O que estamos fazendo pelo mercado unificado da Europa? Isso não tem sido muito discutido ultimamente.
Para o industrial, "reduzir o risco não é realmente um ótimo termo, porque parece muito fácil" e que "você não pode reduzir o risco isolando-se”. Em sua visão, os governos devem buscar melhorias no mercado único "se nós, como europeus, queremos ser competitivos".
O apelo de Hartung para que os governos e Bruxelas resolvam as próprias falhas do bloco ocorre quando o número de execuções contra violações das regras do mercado interno – criadas para garantir a livre circulação de bens, capitais, serviços e pessoas – caiu entre 2020 e 2022. Falha na adesão às regras pode levar os Estados-membros a adotarem padrões diferentes que impedem os negócios transfronteiriços, conclui o FT.