Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Roubini alerta para negociação difícil dos EUA sobre déficit fiscal

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Quarta, 24 de Maio de 2023 às 16:04, por: CdB

As negociações sobre o teto de endividamento em Washington chegaram a um novo impasse, nas últimas horas, com as duas partes ainda distantes de um acordo em questões fundamentais, especialmente sobre os cortes de gastos exigidos pelos republicanos. O tempo está se esgotando para evitar um calote histórico dos EUA.


Por Redação, com Bloomberg - de Nova York, NY-EUA, e Washington DC

O economista Nouriel Roubini, conhecido no meio acadêmico pelas previsões catastróficas que em muitos casos acabaram por se concretizar, fez um alerta nesta quarta-feira sobre as negociações políticas em torno do aumento do teto da dívida dos Estados Unidos, no valor de US$ 31,4 trilhões. Os debates podem se arrastar ao limite e um eventual fracasso nas negociações para um acordo seria devastador.

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O economista Nouriel Roubini é conhecido por prever o estouro das bolsas, em 2008


— Eles (políticos envolvidos nas negociações) podem ir até a última hora antes de chegarem a um acordo. Ou é possível que eles não cheguem a um acordo. Se isso não acontecer, o mercado vai despencar — disse o economista da NYU em entrevista ao canal norte-americano de TV Bloomberg.

As negociações sobre o teto de endividamento em Washington chegaram a um novo impasse, nas últimas horas, com as duas partes ainda distantes de um acordo em questões fundamentais, especialmente sobre os cortes de gastos exigidos pelos republicanos. O tempo está se esgotando para evitar um calote histórico dos EUA, uma vez que falta apenas uma semana para o prazo informado pelo Tesouro, de 1º de junho.

Os republicanos intensificaram as acusações de que o presidente Joe Biden não teria urgência nas negociações, enquanto um assessor democrata afirmou que o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, não estava disposto a fazer concessões em um amplo espectro de pontos, ameaçando as perspectivas legislativas de um acordo.

Commodities


O impasse em Washington continua a afetar os mercados de ações. Se ocorrer um calote, os economistas projetam que isso poderia lançar os EUA em uma recessão que já estava no radar para os próximos meses, com perdas generalizadas de empregos e outras consequências econômicas que se estenderão até o próximo ano eleitoral.

Na entrevista concedida no âmbito do Fórum Econômico do Catar, Roubini disse também que a “guerra fria entre os EUA e a China vai ficar mais fria”, o que pode repercutir nos mercados, desacelerar o crescimento econômico e aumentar os preços das commodities.

Os líderes do grupo que reúne as sete nações mais ricas do mundo (G7) usaram uma cúpula realizada na semana passada em Hiroshima, no Japão, para discutir como enfrentar a China coletivamente.

Consequências

Eles concordaram em buscar relações “construtivas e estáveis”, mas, ao mesmo tempo, avançaram com medidas para reduzir a dependência de Pequim em relação às cadeias de suprimentos essenciais.

— Não haverá nenhuma reaproximação entre os EUA e a China. A reação chinesa a essa cúpula do G7 é que a Europa, os EUA, o Japão e outros estão se unindo contra a China — conclui Roubini.

Roubini destacou, ainda, a ameaça de uma “depressão geopolítica” entre os maiores riscos enfrentados pelos mercados, apontando ainda as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia e a possibilidade de uma escalada entre Irã e Israel.

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