Ato ocorreu na madrugada desta sexta-feira e um homem chegou a ser encaminhado ao 3º BPM (Méier).
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Um “rolezinho” com centenas de motocicletas nas ruas da Zona Norte do Rio de Janeiro, durante a madrugada desta sexta-feira, causou transtornos aos moradores da região. Segundo relatos nas redes sociais, o movimento teria sido motivado pelo funkeiro Oruam como forma de protesto contra a prisão do MC Poze do Rodo, detido na quinta por apologia ao crime e suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas.

Em um tweet publicado na plataforma X às 13h26 da tarde de quinta-feira, o MC Oruam, de 23 anos, manifestou seu desejo de promover o “maior rolê de moto da história do Rio pela liberdade” do MC Poze.
Protesto
O cantor já havia demonstrado sua revolta com a prisão de Poze e usou as redes sociais para defender o amigo. Em um vídeo, afirmou:
“O Estado gosta de envergonhar nós. Algemaram o Poze e nem precisa disso. O cara é exemplo para várias pessoas. Todo mundo sabe que isso aí é uma mentira. Ele é cantor. Ele canta em baile de favela, mas não é envolvido com facção nenhuma, não. Isso é a maior covardia. Eles gostam de envergonhar nós”.
Vídeos que circulam nas redes mostram um buzinaço promovido pelas motocicletas, que começou ainda na noite de quinta-feira e se estendeu madrugada adentro. Em um dos registros, uma mulher relata que o barulho acordou seu filho pequeno às 2h15 da manhã.
Segundo a Polícia Militar do Rio, seis motos em situação irregular foram apreendidas durante a madrugada desta sexta-feira, e um homem foi encaminhado ao 3º BPM (Méier).
Policiais do 3º BPM, com o apoio de outras unidades e da Secretaria de Ordem Pública (Seop), realizaram uma operação para conter o “rolezinho” nas principais saídas da comunidade Camarista Méier.
MC Poze do Rodo foi transferido para Bangu 3
O cantor Marlon Brendon Coelho Couto Silva, o MC Poze do Rodo, preso por apologia ao crime e suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas, foi transferido na quinta-feira para a Penitenciária Dr. Serrano Neves, conhecida como Bangu 3A, na Zona Oeste do Rio. Segundo informações obtidas pelo portal Metrópoles, ele declarou vínculo com o Comando Vermelho (CV) ao preencher a ficha de custódia durante o procedimento de triagem na unidade prisional.
O Metrópoles teve acesso ao prontuário de ingresso do funkeiro no sistema penitenciário. No documento, o campo “ideologia declarada” aparece assinalado com um “X” na opção que aparece a sigla CV.
A ficha também indica que a prisão é temporária, com duração inicial de 90 dias, e registra que MC Poze possui ensino médio incompleto. Também foram solicitadas informações sobre tatuagens do cantor. O artista ingressou na penitenciária às 13h29, conforme assinado na ficha.
A penitenciária Bangu 3A é apontada como uma unidade associada ao controle do Comando Vermelho. A alocação do artista, nesse contexto, segue o protocolo da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que prevê a separação de internos conforme vínculos declarados com facções, medida adotada para reduzir riscos de eventuais confronto entre grupos rivais.
”Durante os procedimentos de triagem, o citado declarou não ter problemas em conviver com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Em razão disso, foi direcionado à unidade prisional onde estão custodiados outros membros da mesma facção, conforme protocolo de segurança adotado pela pasta”, informou a Seap.
A prisão
O artista foi preso no início da madrugada pelos agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil, em cumprimento a um mandado na residência dele, localizada em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes. A investigação aponta que o cantor é suspeito de fazer apologia ao crime e manter vínculos com o tráfico de drogas.
Segundo a Delegacia de Repressão a Entorpecentes, Poze realiza apresentações em áreas controladas pelo Comando Vermelho (CV), facção criminosa que domina parte da cidade, onde há presença ostensiva de traficantes armados com fuzis, supostamente para garantir a “segurança” do cantor e do evento.
A polícia afirma que o repertório musical do MC “faz clara apologia ao tráfico de drogas e ao uso ilegal de armas de fogo”, além de “incitar confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes”.