A ideia por trás do evento é celebrar a diversidade e o talento da dança urbana, do popping ao house, do passinho ao locking, dando aos dançarinos a oportunidade de mostrar suas habilidades.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
No Dia Mundial da Dança, comemorado neste sábado, o Rio de Janeiro se transforma em uma grande pista para os dançarinos urbanos mais talentosos do país se enfrentarem. É a final nacional da competição global de danças urbanas, que vale uma vaga no mundial a ser disputado em novembro na Alemanha.
Participam da final nacional 16 competidores: os dois mais bem colocados de cada seletiva (Curitiba, São Paulo e Rio), os vencedores da edição do ano passado (Darlita e Tiiti), o vencedor da seletiva carioca de 2022 (Soran) e mais sete convidados. O evento vai ter o DJ Tamy nas picapes e apresentação de Aline Constantino e Zulu.
Em sua segunda edição no Brasil, o Red Bull Dance Your Style promete energia no alto, com músicas icônicas para o público não ficar parado.
Um dos curadores do evento, o dançarino e produtor audiovisual Pedrin Brum, convida o público a ser protagonista, junto com os dançarinos, em uma construção mútua do evento.
Em entrevista à Agência Brasil, Brum disse esperar neste ano “batalhas” de nível muito alto. “Por ser o segundo ano do projeto, além dos dançarinos, que estão ansiosos para mostrar seu talento, mostrar para que vieram, o público também está ansioso para fazer parte disso, viver a experiência da competição, que é o mais legal do evento. O público sai da condição de espectador e decide quem é que vai para a próxima fase, quem vai para a final, quem será o grande vencedor da etapa nacional para representar o Brasil no mundial.”
De acordo com Brum, a expectativa para o segundo ano do projeto é altíssima e a "experiência do evento será única".
Diversidade e Pluralidade
A ideia por trás do evento é celebrar a diversidade e o talento da dança urbana, do popping ao house, do passinho ao locking, dando aos dançarinos a oportunidade de mostrar suas habilidades em um ambiente competitivo, mas acolhedor.
– Há um impacto muito positivo deste tipo de evento frente à diversidade e à pluralidade, principalmente no Brasil. A dança urbana é um conjunto de danças com diáspora africana e um grande recorte periférico – afirmou. Para Brum, a competição é uma plataforma para potencialização da diversidade e da paridade de gênero. Ele destaca a participação da travesti preta Puma Camillê, especialista em capoeira e vogue, "que mostra o espaço muito mais plural e diverso”.
De acordo com Brum, os competidores precisam impressionar a multidão, já que o público será o júri. Após cada batalha, em votação popular, será escolhido aquele que avança até chegar ao vencedor. A competição é no formato um contra um, sem saber qual será a música tocada. Por isso, a capacidade de improviso do dançarino é um elemento-chave.
A dançarina de locking Darlita Albino, vencedora da 1ª edição do Red Bull Dance Your Style no Brasil, e representante do país na final mundial, disputada na África do Sul, em dezembro, disse que foi uma experiência incrível e que a competição abre portas para todos os que participam.
– Espero que neste ano mais dançarinos, principalmente mulheres, tenham possibilidade de participar. Pretendo ganhar novamente: vou para o palco batalhar pelo bicampeonato, mas, independentemente do resultado, sei que o Brasil será muito bem representado – afirmou Darlita.
Ela ressaltou que a participação de mulheres no evento ainda é pequena, mas já foi muito menor, principalmente em áreas de destaque, tanto nas “batalhas” quanto como juradas, MC e DJ dos eventos. Na opinião de Darlita, uma forma de reverter esse cenário seria inserir mais mulheres na produção, criação e idealização de eventos de dança.
– A maioria dos eventos de dança urbana no país está ligada à imagem de um homem na produção ou organização. Uma solução para isso seria fortalecer eventos criados ou idealizados por mulheres – disse a dançarina.
O público também terá chance de participar de uma programação especial de workshops de dança com o DJ e dançarino francês Kapela Marna e a coreógrafa africana Badgyal Cassie, a partir das 13h30, com foco em passinho, além de diversas atividades imersivas no local. As inscrições podem ser feitas no site do evento.
Os ingressos para a final nacional já estão esgotados, mas a competição pode ser acompanhada pelas redes sociais.