Prefeitura do Rio anulou a autorização para instalação de máquinas de apostas no Jockey Clube; Ministério Público investiga decreto que abriu espaço para a videoloteria no Estado.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A prefeitura do Rio de Janeiro decidiu cancelar o alvará que autorizava a instalação de máquinas de videoloteria no Jockey Clube, em uma movimentação que expõe a polêmica em torno da regulamentação do novo mercado de apostas no Estado. A informação foi divulgada pela TV Globo e confirmada pelo portal G1.

A empresa responsável pelo pedido é a “To all games operações lotéricas”, já conhecida por atuar no setor de apostas online. A companhia buscava ampliar seus negócios para as chamadas maquininhas de videoloteria, mas o quadro societário levantou questionamentos. Entre os sócios aparecem Ailton Guimarães Jorge Júnior, filho do contraventor Capitão Guimarães, e Fernando Andrade de Lima Souto, primo do também conhecido Rogério de Andrade — ambos ligados historicamente ao jogo do bicho no Rio.
Pressão sobre a regulamentação
Embora a prefeitura tenha revogado a licença, o processo da empresa segue em análise pelo governo estadual. Paralelamente, o Ministério Público do Rio de Janeiro abriu investigações sobre o decreto que regulamentou a instalação dessas máquinas. O MP enviou questionamentos à Procuradoria Geral do Estado, pedindo esclarecimentos sobre eventuais inconstitucionalidades no texto. O secretário de Prêmios e Apostas tem 45 dias para responder.
Mercado em disputa
O episódio ocorre em meio a uma disputa bilionária pelo mercado da videoloteria no Rio. De acordo com a Loterj, 19 empresas já foram credenciadas para participar do processo de liberação das máquinas, mas parte delas tem sócios que ainda são investigados por envolvimento em jogos de azar.
Futuro incerto
O cancelamento do alvará no Jockey Clube mostra que o tema ainda deve render embates jurídicos e políticos nos próximos meses. De um lado, há o interesse econômico em explorar o setor de apostas eletrônicas; de outro, a pressão de órgãos de controle que questionam a legalidade do modelo e a participação de nomes ligados à contravenção.