Segundo o vice-prefeito Eduardo Cavaliere, o pacote reúne novos investimentos em áreas de risco e amplia o trabalho iniciado em gestões anteriores.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A prefeitura do Rio lançou, nesta quinta-feira, o Plano Verão para o fim de 2025 e começo de 2026, com foco em obras de drenagem, ações ambientais e reforço na prevenção de enchentes. O programa reúne intervenções estruturais e medidas de mitigação em toda a cidade, com prioridade às regiões da Zona Norte, as mais afetadas por chuvas fortes.

Segundo o vice-prefeito Eduardo Cavaliere, o pacote reúne novos investimentos em áreas de risco e amplia o trabalho iniciado em gestões anteriores.
– Temos três grandes novidades neste ciclo de governo: o avanço das obras no Jardim Maravilha, o início do projeto do Rio Acari e o conjunto de intervenções no Parque Realengo – destacou Cavaliere. “O conjunto total de intervenções e novos investimentos, ao longo dos últimos quatro meses, passa de R$ 5 bilhões aplicados nessa frente de prevenção”.
Obras estruturais em três frentes prioritárias
As principais intervenções do plano se concentram no Jardim Maravilha, no Rio Acari e em Realengo. Cada projeto terá eventos de acompanhamento até o fim do ano, com editais de licitações anunciadas nesta quinta e que devem ser publicadas em breve.
No Jardim Maravilha, a segunda fase das obras prevê a construção de um dique de 3,4 quilômetros e reservatórios para conter o fluxo do Rio Cabuçu-Piraquê. A primeira etapa, concluída em março, já reduziu alagamentos na região. Segundo Cavaliere, a parceria com o Governo Federal garantirá continuidade ao projeto.
As obras do Rio Acari receberão R$ 368 milhões em recursos federais e abrangem nove bairros, com 3,8 quilômetros de intervenções entre o Jardim América e Acari. O projeto inclui desassoreamento, contenção de margens e realocação de famílias que vivem em áreas de risco.
Parque Realengo e obras de contenção
Em Realengo, o plano abrange ações de macrodrenagem e um conjunto de obras no entorno do Parque Realengo e da Avenida Santa Cruz. O destaque é o novo piscinão, que terá capacidade superior ao da Praça da Bandeira, ampliando o sistema de retenção de águas pluviais.
O secretário de Infraestrutura, Wanderson dos Santos, acrescentou que a nova fase do Jardim Maravilha e do Rio Acari já teve ordens de início publicadas no Diário Oficial.
– Também temos muitas intervenções de contenção de encostas, que são uma prioridade absoluta para a nossa gestão. Atualmente, são 20 obras em andamento e mais 50 projetos em desenvolvimento, já em fase de licitação e adequação. Com isso, chegamos ao próximo verão com um conjunto robusto de intervenções preventivas – afirmou.
Cidade-esponja e ampliação das áreas verdes
Além das obras de drenagem, o plano aposta na ampliação de áreas verdes para reduzir alagamentos e o calor extremo. Wanderson explicou que o conceito de “cidade-esponja” guia as novas ações ambientais.
– Essas áreas funcionam como zonas de absorção natural, ajudam a conter a água das chuvas e melhoram a qualidade de vida nos bairros mais vulneráveis – disse o secretário.
O programa também inclui o Disque-Árvore, novo serviço do canal 1746 para solicitações de plantio e manutenção de árvores. A meta é criar 40 quilômetros de corredores verdes lineares até o fim do verão, com prioridade na Zona Norte e espécies da Mata Atlântica.
Previsão de calor acima da média e monitoramento climático
A meteorologista Raquel Mac Cormik, do Sistema Alerta Rio, apresentou o diagnóstico do último verão e as projeções para os próximos meses.
– Janeiro, fevereiro e março de 2025 foram os meses mais secos da série histórica, com destaque para fevereiro, que teve apenas 0,6 milímetro de chuva. Foi também o período mais quente já registrado, com 44°C no dia 17 – lembrou.
Já abril registrou chuva em dobro da média histórica, após um trimestre de estiagem prolongada. Para o período entre outubro e dezembro, a projeção indica temperaturas acima da média e chuvas dentro do padrão histórico.
Ralo Limpo e ações emergenciais de limpeza
O plano mantém o reforço na Operação Ralo Limpo, com foco nos 200 pontos mais críticos da cidade. O Centro de Operações Rio (COR) identificou 23 mil ralos em áreas com recorrência de alagamentos. As equipes também ampliaram a poda preventiva e a limpeza de praias e galerias.
Segundo o secretário de Conservação, Diego Vaz, a meta é evitar reincidências: “Atuamos nos locais onde o acúmulo de água ocorre com frequência, para reduzir o impacto das próximas chuvas”, disse.