De acordo com o documento do Ministério da Economia, que capta projeções de agentes de mercado para as contas públicas, a expectativa para o resultado primário do governo central ficou em superávit de R$ 4,6 bilhões, ante rombo de R$ 20 bilhões projetado em julho, no que poderia ser o primeiro resultado no azul em nove anos.
Por Redação - de Brasília
Agentes do mercado financeiro melhoraram a projeção para o resultado primário do governo em 2022 e passaram a ver um saldo positivo nas contas federais neste ano pela primeira vez, segundo o relatório ‘Prisma Fiscal’ divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia, indicando também uma melhora na previsão para a dívida bruta.
De acordo com o documento, que capta projeções de agentes de mercado para as contas públicas, a expectativa para o resultado primário do governo central ficou em superávit de R$ 4,6 bilhões, ante rombo de R$ 20 bilhões projetado em julho, no que poderia ser o primeiro resultado no azul em nove anos.
A previsão positiva, após 19 meses consecutivos de estimativas de rombo, se aproxima de análise interna do governo, que já aponta para um superávit de R$ 6 bilhões neste ano, com impulso adicional do pagamento de superdividendos por estatais. A meta fiscal para 2022 é de déficit de R$ 170,5 bilhões.
Analistas
As estimativas do mercado para o resultado primário refletem uma elevação na projeção da receita líquida do governo, de R$ 1,775 trilhão para R$ 1,818 trilhão. Houve um aumento menos intenso nas expectativas para a despesa total, passando de R$ 1,793 trilhão no relatório anterior para R$ 1,804 trilhão na pesquisa deste mês.
Com a melhora nos dados, os analistas consultados pela pasta reduziram a previsão para a dívida bruta do governo geral em 2022 para 79% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 79,5% na pesquisa de julho.
O governo vem registrando recordes de arrecadação, sob impulso da retomada da atividade econômica, alta da inflação e elevação das cotações de commodities no mercado internacional. A revisão positiva das projeções ocorre mesmo diante da estratégia do governo de converter esses ganhos de receitas em cortes de tributos e ampliação de benefícios sociais neste ano eleitoral.