Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Relatório identifica falha na compra de cabo para Elevador da Glória

Relatório revela erro na compra de cabo não certificado para o Elevador da Glória, resultando em tragédia em Lisboa. Descubra os detalhes do acidente e as recomendações para segurança.

Terça, 21 de Outubro de 2025 às 13:20, por: CdB

De acordo com os peritos, o material foi comprado por engano, e os sistemas de controle interno da companhia não foram capazes de detectar o erro.

Por Redação, com ANSA – de Lisboa

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Ferroviários (Gpiaaf) de Portugal divulgou seu segundo relatório preliminar sobre o descarrilamento do Elevador da Glória, que deixou 16 mortos e mais de 20 feridos no início de setembro.

Relatório identifica falha na compra de cabo para Elevador da Glória | Elevador da Glória se chocou contra prédio em Lisboa, matando 16 pessoas
Elevador da Glória se chocou contra prédio em Lisboa, matando 16 pessoas

Além de confirmar que a causa direta do acidente foi a ruptura de um cabo subterrâneo que servia de de contrapeso entre duas cabines, o documento indicou que o tipo de cabo utilizado desde 2022 pela empresa pública Carris não era certificado para o transporte de pessoas e era inadequado para os funiculares de Lisboa.

De acordo com os peritos, o material foi comprado por engano, e os sistemas de controle interno da companhia não foram capazes de detectar o erro. O relatório afirma que “a utilização de cabos multiplamente desconformes com as especificações e restrições de utilização deveu-se a diversas falhas acumuladas no seu processo de aquisição, aceitação e aplicação” por parte da Carris, “cujos mecanismos organizacionais de controle interno não foram suficientes ou adequados para prevenir e detectar tais falhas”.

Outros cabos semelhantes

A investigação, no entanto, ressalta que ainda não é possível estabelecer definitivamente se essa foi a causa única da ruptura. O relatório observa que outros cabos semelhantes foram usados durante um ciclo normal de aproximadamente 600 dias, e sem incidentes. O cabo específico que se rompeu estava em uso havia 337 dias.

O relatório ainda recomendou que a Carris não reative os funiculares sem antes submeter os sistemas de fixação dos cabos e dos freios a uma revisão por uma entidade especializada, garantindo o cumprimento das normas europeias de segurança, mas sem comprometer a preservação histórica do Elevador da Glória.

O funicular opera há 140 anos e conecta o centro de Lisboa ao Bairro Alto, região famosa pela vida noturna agitada.

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