A redução contribuiu para que o preço dos alimentos, no Brasil, registrasse o menor aumento ao menos desde 2020. Contribuiu também para que a inflação em 2023 voltasse para dentro da meta estabelecida, algo que também não ocorria desde 2020.
Por Redação, com BdF - de São Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu, durante a campanha eleitoral em 2022, que o preço da picanha ficaria menor. E cumpriu. Em 2023, no seu primeiro ano de governo, o preço do corte realmente caiu 10,69%, assim como o das carnes em geral – queda de 9,37.
A redução contribuiu para que o preço dos alimentos, no Brasil, registrasse o menor aumento ao menos desde 2020. Contribuiu também para que a inflação em 2023 voltasse para dentro da meta estabelecida, algo que também não ocorria desde 2020.
A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou variação de 4,62% em 2023. O dado foi divulgado na véspera pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2021, o IPCA fechou com alta de 10,06%. Em 2022, 5,79%.
Boas safras
Em todo o ano de 2023, os alimentos e bebidas subiram 1,03%. Em 2020, eles haviam subido 14,09%; em 2021, 7,94%%; e em 2022, 11,64%. Segundo o economista e engenheiro agrônomo José Giacomo Baccarin, em entrevista ao site de notícias Brasil de Fato (BdF), o mercado mundial de alimentos voltou aos níveis pré-pandemia, beneficiando o Brasil, que também teve boas safras de grãos.
O preço do feijão carioca, por exemplo, caiu 13,77% no ano passado por conta da alta produção no país, lembrou Baccarin. No ano passado, havia subido 27,22%. O óleo de soja, que tem seu preço vinculado ao grão, caiu 28% em 2023. Havia subido 4,22% em 2022.
O arroz, por sua vez, subiu 24,54% em 2023, em parte, por conta de problemas climáticos no Rio Grande do Sul, Estado que é grande produtor do grão.
— Tivemos uma safra aquém das nossas necessidades agravada pela dificuldade de obter arroz no mercado internacional — observou Baccarin.
Desconto
Em 2023, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a média mundial do preço do arroz subiu 21% em 2023. Já o preço dos itens de transporte aumentou 7,14%, e puxou a inflação para cima. O aumento está relacionado à alta de 12,09% da gasolina durante 2023.
Esse aumento ocorreu, em parte, porque o governo federal voltou a cobrar impostos sobre o combustível. Os tributos haviam sido zerados por Bolsonaro às vésperas da eleição de 2022. Por isso, a gasolina caiu 25,78%.
O diesel, em compensação, havia subido 22,87% em 2022, já que o preço do combustível não tinha sido afetado pelo desconto. Em 2023, ele caiu 7,84%.
O botijão de gás ficou 6,89% mais barato em 2023. Havia subido 6,26%. A conta de luz, por sua vez, subiu 9,52% em 2023. Havia caído 19,01% em 2022 também por conta de desconto em impostos concedidos perto das eleições.