A ação do MPF “pede a condenação de Ratinho e da emissora por dano moral coletivo causado às mulheres que já atuam ou pretendem atuar na política.
Por Altamiro Borges - de São Paulo
O apresentador bolsonarista Carlos Roberto Massa, vulgo Ratinho, segue colecionando processos na Justiça por seus comentários criminosos e misóginos de estímulo ao ódio e à violência. Na quarta-feira, Dia Internacional das Mulheres, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou o fascista por ter sugerido “metralhar” a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN).
Ele ameaçou a parlamentar durante o Programa do Ratinho, na rádio Massa FM, em dezembro de 2021. Na ocasião, o conhecido âncora do SBT detonou o projeto de lei da deputada (PL-4.004/2021), que defende que as declarações de casamento não façam referência ao gênero para evitar constrangimentos a pessoas da comunidade LGBTQIA+.
O preconceituoso rosnou na concessão pública de rádio: “Natália, você não tem o que fazer, não? Você não tem o que fazer, minha filha? Vá lavar roupa do teu marido, a cueca dele, porque isso é uma imbecilidade querer mudar esse tipo de coisa. Tinha que eliminar esses loucos. Não dá para pegar uma metralhadora, não?”.
Indenização de R$ 2 milhões
A ação do MPF “pede a condenação de Ratinho e da emissora por dano moral coletivo causado às mulheres que já atuam ou pretendem atuar na política. Além da ameaça de morte, os procuradores apontam que o apresentador se dirigiu à deputada em ‘tom jocoso’, usando ‘estereótipos discriminatórios’ que atingem todas as mulheres”, informa a Rede Brasil Atual.
O Ministério Público Federal condenou o apresentador a pagar R$ 2 milhões de indenização. Além disso, determinou que a Rádio Massa FM seja obrigada a veicular campanhas e ações de conscientização sobre os direitos das mulheres e combate à violência de gênero pelo período mínimo de um ano. Pelo Twitter, Natália Bonavides festejou a decisão:
“Machistas não passarão! MPF entra com ação contra Ratinho e Rádio Massa pedindo condenação por dano moral coletivo causado às mulheres que atuam politicamente. O ato violento que sofri não pode ficar impune e diz respeito a todas nós. Seguimos em luta pelos direitos das mulheres”.
Altamiro Borges, é jornalista.
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