Esta é a terceira vez que o governo russo expande suas fileiras desde que enviou os soldados para a guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022.
Por Redação, com ANSA e Reuters – de Moscou
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou na segunda-feira que o tamanho regular do Exército russo aumentasse em 180 mil soldados, elevando o total para 1,5 milhão de militares ativos.
O anúncio foi feito pelo porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que explicou que a decisão foi tomada devido ao “número de ameaças que existem” para o país “ao longo do perímetro” das suas fronteiras.
Esta é a terceira vez que o governo russo expande suas fileiras desde que enviou os soldados para a guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022. O novo aumento tornaria o Exército russo o segundo maior do mundo, atrás apenas do chinês.
Em decreto divulgado no site do Kremlin, o presidente da Rússia explica que o tamanho geral das forças armadas deve ser elevado para 2,38 milhões de pessoas, com 1,5 milhão de militares ativos, em um momento de tensão com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
– Isso é causado pela situação extremamente hostil nas fronteiras ocidentais e pela instabilidade nas fronteiras orientais, portanto, é necessário tomar medidas apropriadas – concluiu Peskov, citado pela agência Interfax.
Kremlin chama de “perigosos” comentários do chefe da Otan
O Kremlin descreveu nesta quarta-feira como “perigosos” os comentários de Jens Stoltenberg, chefe da Otan que está de saída, de que uma decisão do Ocidente de permitir que a Ucrânia use armas ocidentais de longo alcance para atacar a Rússia não seria uma linha vermelha que provocaria uma escalada de Moscou.
Há meses, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy vem implorando aos aliados que permitam que a Ucrânia dispare mísseis ocidentais, incluindo os ATACMS de longo alcance dos EUA e os Storm Shadows britânicos, contra a Rússia para limitar a capacidade de Moscou de lançar ataques.
Em uma entrevista ao The Times publicada na terça-feira, Stoltenberg rejeitou um alerta do presidente russo, Vladimir Putin, na semana passada, de que permitir que a Ucrânia use essas armas para atacar dentro do território russo significaria que o Ocidente estaria lutando diretamente contra a Rússia.
– Houve muitas linhas vermelhas declaradas por ele antes, e ele não escalou, o que significa também envolver os aliados da Otan diretamente no conflito – disse Stoltenberg, cujo mandato como chefe da aliança militar termina em outubro.
– Ele não tem feito isso porque sabe que a Otan é a aliança militar mais forte do mundo. Eles também sabem que as armas nucleares, a guerra nuclear, não podem ser vencidas e não devem ser colocadas na disputa. E nós deixamos isso bem claro para ele várias vezes.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou aos repórteres que as falas de Stoltenberg são perigosas.
– Esse desejo ostensivo de não levar a sério as declarações do presidente russo é uma atitude totalmente míope e pouco profissional – disse Peskov.
A posição de Stoltenberg é “extremamente provocativa e perigosa”, acrescentou Peskov.
Um oficial militar sênior da Otan disse no fim de semana que a Ucrânia teria boas razões militares para atacar mais profundamente a Rússia usando armas ocidentais. Os aliados de Kiev, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, estão atualmente discutindo se devem dar a Kiev o sinal verde para isso.