Em 1944, uma divisão da Waffen-SS assassinou 770 civis, entre eles quase 200 crianças, em cidades da zona do maciço de Monte Sole, localizada na cordilheira dos Apeninos.
Por Redação, com ANSA – de Roma
O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, pediu desculpas para a Itália em nome de seu país pelo massacre nazista de Marzabotto, que completou neste domingo 80 anos.
Em 1944, uma divisão da Waffen-SS assassinou 770 civis, entre eles quase 200 crianças, em cidades da zona do maciço de Monte Sole, localizada na cordilheira dos Apeninos, como represália pelo apoio dos partisans à Resistência italiana.
– Estamos aqui hoje unidos na dor, mas também na profunda amizade. As tropas nazistas perpetraram crimes desumanos na Itália, cegados pelo ódio e pelo fanatismo. Estou aqui diante de vocês como o presidente alemão e sinto apenas dor e vergonha. Em nome de meu país, peço perdão – declarou Steinmeier em um evento na Itália que recordou o massacre.
Em seu discurso, o mandatário ainda afirmou que as palavras “ficam pequenas” e “não são suficientes” para descrever os assassinatos cometidos nas cidades de Marzabotto, Grizzana Morandi e Monzuno, todas na província de Bolonha.
Familiares das vítimas do massacre
Uma salva de palmas do público acompanhou o pedido de desculpas de Steinmeier, que se encontrou com vários familiares das vítimas do massacre.
O presidente da Itália, Sergio Mattarella, que também participou da cerimônia com seu homólogo alemão, disse que Marzabotto se tornou um lugar de união entre os dois países.
– Estamos aqui para inclinar a cabeça diante de tantas vidas cruelmente destruídas, para preencher com os mais intensos sentimentos de solidariedade aqueles abismos que a desumana ferocidade nazifascista abriu nestas terras – declarou o italiano.
– Marzabotto e Monte Sole estão entre os símbolos mais chocantes da estratégia de aniquilação que acompanhou o desejo de dominação, o mito racial, a opressão nacionalista e toda aquela mistura ideológica que levou o nazismo e seus cúmplices, incluindo o regime fascista, a prosseguir o projeto catastrófico de conquistar a Europa e esvaziá-la da sua história – acrescentou.